Agronegócios
Coronavírus: Pequenos produtores do Norte de Minas buscam alternativa para manter renda da família
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Segundo o produtor de frangos e ovos caipiras Alexandre Dantas (à esquerda), que tem uma propriedade no município de Francisco Sá, o fechamento do comércio com toda certeza está impactando de forma significativa na economia de muitas famílias dependentes da receita gerada nestas vendas. Neste atual cenário, a aposta dele são as redes sociais, uma alternativa que tem dado muito certo. Para Alexandre, o “produtor que se reinventar, com certeza saíra um passo na frente dos demais”.
Na opinião do produtor, o comércio parado prejudica os produtores, mas eles precisam encontrar meios para escoarem a sua produção. “Neste momento, por exemplo, as minhas vendas aumentaram significativamente, pois as pessoas, na impossibilidade de sair de casa, têm visto nas entregas uma alternativa satisfatória”, informou.
Para Flávio Gonçalves, produtor em São João da Ponte que trabalha com a venda de gado e de produtos como doce de leite, queijo, requeijão e massa pronta de pão de queijo (abaixo), o fechamento do comércio está sendo muito prejudicial para a classe rural. “Não se pode parar de plantar, colher, alimentar o gado, tirar leite. Se o setor agrícola e pecuário pararem, vai ter desabastecimento do mercado. E estes setores dependem de vários outros para o funcionamento”, disse.
Neste período, Flávio também está se valendo dos recursos digitais para promover as vendas de seus produtos, mas sua maior preocupação ainda é com o setor como um todo. Ele considera que as vidas das pessoas devem ser preservadas sim, porém com o isolamento social dos grupos de risco, como idosos e doentes crônicos.
“É preciso também que outros cuidados de higiene e de distanciamento sejam tomados pelo comércio para preservar a saúde dos clientes. E assim realizar as vendas, a fim de amenizar os prejuízos”, finalizou.
Os maiores impactos são causados na agricultura familiar pela suspensão das aulas e das feiras livres, pois milhares de produtores destinavam seus produtos e colheitas à merenda nas escolas, através do Programa Nacional de Alimentação e das vendas nas feiras livres na sede dos seus municípios.
Segundo a Emater, a maioria sobrevive das vendas em feiras livres e para o fornecimento da merenda escolar. Atividades essas que estão suspensas por causa da transmissão da COVID-19.