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Coração: As curiosidades por trás dessa eficiente bomba


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O coração é uma estrutura muscular que pode ser traduzida como uma grande bomba. Responsável pela circulação do sangue por todo o corpo, é dividido em dois circuitos – o menor, que leva sangue aos pulmões, e o maior, do lado esquerdo, que faz a circulação do sangue pelo organismo. Além dessa divisão em circuitos, essa bomba precisa de um mecanismo composto por válvulas para seu completo funcionamento.

É de certa forma uma estrutura muscular muito complexa, como se formasse um cachecol. Para ser eficiente, ela precisa estar envolvida numa disposição circular para que, na hora que o coração contraia, a cavidade diminua, fazendo com que o sangue seja ejetado para o pulmão e para a circulação.

É um órgão tão fantástico que poucos talvez tenham conhecimento de sua eficiência. Esse mecanismo de contração, que faz o sangue se movimentar para o organismo, ocorre quase 100 mil vezes ao dia, ou seja, para que o sangue realize seu circuito, o coração contrai milhares de vezes em apenas 24 horas.

O órgão movimenta, por minuto, de 3,5 a 4,5 litros de sangue. Às vezes mais, como nas gestantes, que chegam a bombear outros dois litros adicionais para nutrir a placenta e o feto. Por falar em gravidez, uma curiosidade dessa fase é que o coração do bebê se inicia a partir de um tubo. Em poucas semanas, se transforma em um órgão com as quatro cavidades.

Alterações no funcionamento

Qual é a importância da avaliação cardiológica? O exame clínico, de um modo geral, identifica a movimentação das quatro válvulas: mitral, tricúspide, pulmonar e aórtica. Com ouvidos bem treinados, o especialista poderá monitorar estes fechamentos e observará, do ponto de vista clínico, qualquer anormalidade, seja um estreitamento ou vazamento, em função do chamado sopro cardíaco.

Toda vez que isso ocorre, dependendo do mau funcionamento da válvula, surgem sinais e sintomas específicos. Por exemplo, um estreitamento na válvula aórtica. Quando isso ocorre, o coração precisará fazer um pouco mais de força para vencer aquele orifício reduzido e continuar bombeando o sangue. Se essa quantidade de sangue não for suficiente, principalmente para o cérebro, o indivíduo sentirá tonturas e poderá sofrer desmaios.

Às vezes, os sintomas não aparecem com uma frequência muito grande. Embora o coração desse indivíduo esteja com problemas, ele poderá passar anos sem qualquer manifestação importante. Mas em algum momento ele poderá ter um sintoma evidente no instante em que o órgão falhar. Mais grave seria se isso ocorresse numa situação de exercício físico intenso, com risco para morte súbita.

Para cada situação cardiológica, temos a chamada repercussão. O indivíduo que tem o aumento da pressão arterial, por uma questão genética ou de hábitos inadequados, como a má alimentação, fará com que o coração faça uma contração mais efetiva. Os vasos sanguíneos, com isso, passam a apresentar a vasoconstrição. Esse esforço pela diminuição do calibre, por sua vez, leva a um coração mais espessado.

Existe, então, a chamada hipertrofia do músculo do coração. Funciona como na atividade física: o exercício leva ao aumento da massa muscular. No caso do coração, essa hipertrofia poderá alterar a característica de seu funcionamento e trazer danos ao próprio órgão, perdendo a capacidade de relaxamento. Corações que têm uma hipertrofia muito acentuada acabam não relaxando de forma adequada, trazendo uma diminuição no volume de sangue circulante.

O que leva ao transplante?

Um transplante passa a ser considerado quando o músculo cardíaco foi comprometido, por exemplo, por uma inflamação, uma virose. A pessoa pode apresentar boa saúde, mas é acometida por uma febre, um mal-estar, e a partir desse episódio, começa a sentir uma limitação física, um cansaço. Quando finalmente consulta um cardiologista, pode-se identificar que o músculo está em sofrimento por uma inflamação por vírus. E essa condição, como consequência, traz um mau funcionamento do coração.

Quando a descoberta é feita precocemente, na fase aguda, o tratamento possibilita uma reversão total dos danos, em certos casos. Mas, em outros, essa virose torna-se importante ao órgão e esse dano acaba evoluindo para um mau funcionamento, levando à insuficiência cardíaca e, dependendo da faixa etária ou da situação clínica, poderá ser necessária a substituição desse coração.

Dentro dos programas de transplante, temos muitos pacientes que têm a chamada miocardiopatia dilatada. Isso ocorre quando o coração dilata, perdendo sua função. Além dessa razão, outro grupo que pode precisar do transplante é o de portadores de doenças coronárias, pessoas que entram no processo de dano muscular por um problema crônico de circulação inadequada. Devemos citar também a doença de Chagas, que faz com que boa parte de seus portadores recebam um novo órgão.

Para um coração jovem, prevenção

A atenção aos níveis de saúde é parte essencial do planejamento para envelhecer bem. E isso não significa que a idade traga, necessariamente, problemas ao órgão. Um idoso com coração saudável é algo mais frequente do que se imagina. E é ainda mais comum às pessoas que tiveram a preocupação em acompanhar o histórico familiar e evitar o sedentarismo, além da opção por uma alimentação equilibrada.

A preocupação com a condição cardiológica não deve começar somente por volta dos 40 anos. Na juventude, substâncias como a cocaína e o álcool, além do cigarro, provocam a aceleração do metabolismo, ou seja, sobrecarregam o coração, trazendo riscos até para os mais jovens, sem que esses indivíduos tenham qualquer diagnóstico prévio de doenças coronárias.

O campo emocional também deve ser considerado quando falamos da eficiência do coração. Quando o indivíduo enfrenta problemas por longos períodos, como dificuldades no ambiente de trabalho ou na família, podemos entender que ele sofre de estresse crônico. A permanência do quadro provoca a liberação constante de hormônios que provocam a diminuição no calibre dos vasos sanguíneos. As artérias vão perdendo seu potencial de adaptação, acarretando elevação dos batimentos e aumento da pressão arterial. A ansiedade excessiva traz consequências indiretas, como o diabetes e o aumento do nível de colesterol, provocados pela alimentação inadequada e ganho de peso.

A boa notícia é que parte dessas ameaças à saúde cardiovascular pode ser revertida com mudanças no estilo de vida. A partir da liberação médica, um sedentário desenha uma nova história com a adoção do movimento, uma alimentação equilibrada e formas de reduzir o estresse.

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