Saúde
Consumo habitual de açúcar não aumenta desejo por doces, diz estudo
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Há uma crença de que as pessoas que consomem alimentos doces têm maior probabilidade de desenvolver um desejo permanente por esse sabor. Em outras palavras, aqueles que gostam do sabor doce tentam comer mais e mais produtos açucarados. No entanto, a evidência clínica mais recente indica o contrário.
Um dos estudos mais recentes sobre o assunto, publicado em março deste ano na revista American Journal of Clinical Nutrition, concluiu que, ao contrário do que muitos médicos e nutricionistas pensam, produtos açucarados ou adoçantes não calóricos não produzem um aumento no desejo por sabor e podem até diminuir.
Encabeçada pela Dra. Katherine Appleton, da Universidade de Bournemouth, Grã-Bretanha, a equipe de pesquisadores analisou os hábitos alimentares de mais de 3.400 indivíduos a partir dos seis meses de idade, bem como sua preferência por sabores adocicados.
“Nosso objetivo foi identificar a possível relação entre a exposição a bebidas e alimentos doces e uma crescente preferência, aceitação ou escolha do mesmo tipo de alimento”, explica Appleton.
Os especialistas constataram que o consumo habitual de bebidas e alimentos doces não gerou um maior apetite por esse tipo de produto. Pelo contrário, em certos casos causou uma diminuição na preferência e escolha deste sabor. Esse resultado é consistente com um estudo publicado pela Public Health England em 2015, que também enfatizou que não houve relação entre os dois fatores.
Como os autores apontam, “não há evidências suficientes para recomendar uma redução no consumo de produtos doces como parte dos programas de saúde ou nutricionais porque eles produzem um desejo maior por doces”.
Além disso, os cientistas enfatizam que os produtos adoçados com substitutos do açúcar são ideais não apenas para reduzir o consumo de açúcar, mas também para reduzir o desejo de consumir produtos doces.