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Saúde

Consumo de iogurte: teor de cálcio é importante na hora da escolha


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O cálcio é o mineral mais abundante do corpo humano. É essencial para a contração muscular e transmissão de impulsos nervosos, mas a função mais conhecida  é a sua participação na formação e a manutenção da estrutura óssea. Por possuir tais funções, o cálcio deve ser consumido diariamente em quantidades adequadas em todas as fases da vida, especialmente na infância e adolescência – períodos de intenso crescimento e desenvolvimento ósseo. Estima-se que cerca de 40% da massa óssea total de um indivíduo adulto seja adquirida durante a adolescência, mais especificamente entre 12 e 15 anos. É nesta fase que se alcança o maior nível de massa óssea. Ou seja, é esse período que determinará a saúde óssea no futuro, a fim de proteger contra fraturas e reduzir as chances de osteopenia e/ou osteoporose na vida adulta. O iogurte natural é um alimento com bastante presença de cálcio e pode ser uma boa opção para o consumo do mineral.

 

As recomendações para a melhor absorção de cálcio na infância e na adolescência apoiam-se no fato que um balanço positivo de cálcio pode ser alcançado quando o consumo de alimentos fonte desse mineral seja de aproximadamente 1300mg por dia dos 9 aos 18 anos.

 

Dentre os derivados de leite, destaca-se o iogurte natural. A PROTESTE avaliou a concentração do mineral em lotes de 7 marcas de iogurte sem sabor (Batavo, Danone, Frimesa, Itambé, Nestle, Taeq e Vigor) e verificou que em média, eles possuem cerca de 139mg por 100g do produto. Se levar em consideração uma porção de iogurte natural de 170g (equivalente a um pote), o consumo de 2 potes por dia (no café da manhã e no lanche da tarde, por exemplo) pode fornecer em média 473mg de cálcio e contribuir portanto, com 36,4% da recomendação de ingestão diária de cálcio em crianças e adolescentes.

 

Segundo a última Pesquisa de Orçamento familiar (POF), o consumo de iogurte por adolescentes reduziu em 1,2% nos últimos 10 anos (POF, 2017-2018). Todavia, o estímulo do consumo de iogurte diariamente por crianças e adolescentes pode ser uma estratégia para o alcance da recomendação de ingestão diária de cálcio e portanto, pode contribuir para a prevenção de osteoporose na vida adulta. Isso porquê o alcance das recomendações diárias de cálcio é difícil de ser atendido sem o consumo de leite e derivados, uma vez que estes alimentos são as principais fontes da alimentação humana. Para alcançar as recomendações de cálcio através de alimentos não lácteos, seria necessário o consumo diário de um grande volume de vegetais, o que não é usualmente observado na dieta do adolescente brasileiro (1,8g/dia – POF 2017/2018).

 

Comparamos também os resultados obtidos no laboratório com os valores fornecidos da tabela nutricional das embalagens e calculamos a variação. De acordo com o item 3.5.1 da Resolução Nº 360/2003 é admitida uma variação de ±20% com relação aos nutrientes declarados no rótulo.

 

A boa notícia é que a maioria dos iogurtes analisados apresentou teor de cálcio dentro dessa variação esperada e somente no lote da marca Frimesa a concentração de cálcio foi superior à variação permitida por lei (25%) em relação ao informado na tabela nutricional. Ainda que seja animador ter encontrado um teor de cálcio superior à variação permitida por conta dos benefícios que o mineral possui, é importante que o consumidor seja informado da real quantidade de cálcio que está sendo consumido.

 

A atual legislação cita que para os produtos que contenham micronutrientes em quantidade superior a tolerância estabelecida, a empresa responsável deve manter a disposição os estudos que justifiquem tal variação. Entretanto, a nova legislação de rotulagem, que entra em vigor a partir de 2022, não permitirá mais os desvios superiores a 20% (RDC Nº 429/2020; IN Nº 75/2020).

 

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