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Considerações sobre o eclipse solar parcial de 2 de julho – Por Telma Cenira Couto da Silva
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Só por curiosidade, estou enviando a figura que fornece/forneceu a informação COMPLETA sobre o eclipse solar de 2 de julho último.
Acima, à esquerda há um marcador com o sinal + que aumenta o mapa. Ele é interativo.
Na região acima, clara, onde está Belém, Fortaleza, Salvador, etc… ele não seria/foi observado.
No noroeste, à esquerda , com Marabá e Vilhena como limite ele seria/foi TODO observado. Os horários e dados para algumas destas cidades foram apresentados em minha segunda tabela e, no texto eu escrevi que cidades no extremo oeste do Brasil estariam favorecidas. Eis a prova!
Num eclipse solar quem quiser fornecer as informações corretas tem muito trabalho e tem que escrever muito para incluir todas as nuances de um país imenso como o Brasil.
Na segunda tabela, estaria incluída Santarém, PA, com uma minúscula superfície eclipsada. Nem passei “programa” para ela. Quanto mais afastado da zona verde minúscula, onde ocorreria/ocorreu a totalidade, menor seria a superfície eclipsada da cidade. Também está no texto.
Veja que há uma grande região à direita e onde está a maioria do estado de Mato Grosso onde está escrito “Partial solar eclipse ends at sunset”. Nessa região, o Sol iria, e se pôs, eclipsado. Mas, locais situados nessa faixa conseguiriam assistir ao máximo do eclipse parcial, como OCORREU em Cuiabá e quase todo Mato Grosso, exceção de de Aripuanã, por exemplo que assistiu a todo eclipse solar parcial.
Na outra faixa, à direita está escrito: “Maximum partial eclipse at sunset”. Para essa região, o máximo ocorreria/ocorreu próximo ao pôr-do-Sol. Quanto mais a leste a cidade estivesse, menos duraria a observação. Também escrevi isso no texto. Note que Uruguaiana (RS) – faixa escura mais à oeste do RS – seria/foi um melhor local para observar o eclipse solar que Porto Alegre.
Sabe o fator importante nessas diferentes faixas? A ALTITUDE do Sol durante o eclipse, tal qual citei no texto. Como o eclipse solar foi durante o pôr-do-Sol essa era uma informação IMPORTANTÍSSIMA que deveria ser fornecida numa tabela razoável.
Note que na primeira tabela, no horário do máximo o Sol já estaria no solo (0,2 graus) para São Paulo e outras cidades e o observador NÃO conseguiria observar o máximo – mesmo antes dele ocorrer. Só teoricamente isso seria possível. Na prática, não. E, para saber isso só tendo o valor da altitude.
Observei o eclipse solar parcial em Cuiabá desde o seu início. Mas, estava no chão. Previsto para terminar às 17h25 – como deve ter terminado – eu só consegui observar o Sol até as 17h12, mais ou menos. Depois disso, árvores atrapalharam a minha visão do Sol.
Não é por nada, mas superestimaram o obscurecimento do Sol durante o eclipse. Como se fosse o máximo a observação do eclipse em Porto Alegre, São Paulo e outros lugares mais. E que em Campo Grande seria um melhor lugar para a observação do fenômeno que em Cuiabá por causa do obscurecimento. Ledo engano. Na hora do máximo obscurecimento em Campo Grande o Sol já estava baixo, e, a não ser que o observador tivesse um local privilegiado para a observação, teria/teve mais dificuldade para observar o máximo que em Cuiabá. Acredite no que aconteceu comigo.
Tente achar Cuiabá na faixa de obscurecimento fornecida na figura aqui apresentada. O que vc conclui? Está mais para 44% que 33%. Quem fez esse mapa deve ter usado a mesma aproximação que eu usei. É mais fácil e rápido, e não faz muita diferença para amadores porque ninguém determina na prática esse obscurecimento a olho nu sem um erro de 10%. Posso dizer que eu tentei. Não consegui realmente. Mas, os 33% – para Cuiabá – e não para Mato Grosso já que este valor varia de cidade a cidade – é um valor preciso, fornecido pela NASA. O problema de usar o programa da NASA é que ele fornece valores para o início, máximo e o fim do evento e não permite uma análise mais detalhada localmente. Por exemplo, ele não coloca a que horas o Sol irá se pôr no local. É uma tabela muito padrão. O Time and Data, que foi o programa que eu usei, fornece o horário do pôr-do-sol e a figura com a simulação do máximo. Usei algumas no texto, mas, tenho para todas as cidades citadas. O Time and Date permite uma visão local do evento, o lado em que será a “mordida”, e é muito mais funcional para divulgação de astronomia do que o programa da NASA. Só que o Time and Date só fornece uma estimativa do obscurecimento, e foi o que eu usei. Os dois valores só “batem” em condições especiais de um eclipse.
Só uma coisa: obtive os dados para todos os locais citados, incluindo aqueles como São Luís onde o eclipse solar não seria visível. Queria confirmar. Peguei o mapa do Brasil para ver a região que correspondia à região onde o eclipse solar poderia ser – com alguma dificuldade – observado no nordeste. Peguei o mapa do Maranhão e da Bahia e saí passando programa para algumas cidades dos mapas. Foi método de tentativa. Achei que citar duas cidades já estava de bom tamanho.
Bom, depois de todo esse trabalho eu não iria passar o programa da NASA – que eu tenho- para todas as cidades citadas, só para ter um valor mais preciso do obscurecimento. Tentei explicar o porquê das diferenças no texto, mas eu o retirei porque achei que estava muito complicado. Escrevi, APROXIMADAMENTE, no texto quando eu me referi ao obscurecimento Mas, gostei de ter colocado as figuras que serviram para mostrar o que eu queria sobre o obscurecimento: mais ao norte o Sol pareceria menos obscurecido (Manaus) e mais ao sul (Uruguaiana) haveria um maior obscurecimento, mas um menor tempo de observação.
Sinceramente, gostei muito do meu texto sobre o eclipse solar. Mais uma vez eu ressalto que a altitude do Sol , e não o obscurecimento, era o fator primordial nesse eclipse solar que ocorreu quase ao pôr-do-sol em muitos locais.
Relacionada:
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