Medicina
Conheça os principais distúrbios da tireoide
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Um verdadeiro centro de controle do organismo: é assim que a tireoide – uma glândula em formato de borboleta localizada na garganta – é conhecida. Ela atua liberando hormônios que mantêm atividades vitais como as do cérebro, coração, músculos e outros órgãos, além de ajudar o organismo a otimizar a nossa energia.
Os hormônios produzidos (T3 e T4) são importantes para o desenvolvimento dos tecidos desde quando ainda somos embriões, seguindo por toda a fase adulta. Deles, também depende o aumento do metabolismo e o consumo de oxigênio, por isso, alterações na tireoide são tão prejudiciais à qualidade de vida dos indivíduos.
O público feminino é o alvo da maioria destas complicações, em parte por conta das mudanças hormonais. Estima-se que a incidência de homens adultos com hipotireoidismo seja de 3%, enquanto a de mulheres alcance 15% somente no Brasil. Já a nível global, cerca de 1,6 bilhão de pessoas podem ter distúrbios da tireoide.
Porém, o termo “distúrbios da tireoide”, de fato, torna-se amplo diante de suas especificidades. Conheceremos, a seguir, os principais:
Hipotireoidismo
Mais comum em mulheres acima dos 50 anos, o hipotireoidismo ocorre, em partes, quando o sistema imunológico produz anticorpos que atacam a própria glândula (tireoidite de Hashiomoto), provocando uma queda na produção dos hormônios T3 e T4. Este déficit pode provocar inúmeros sintomas, dentre eles:
- Cansaço, adinamia (falta de iniciativa) e sonolência
- Depressão
- Ganho de peso
- Pele seca e fria
- Prisão de ventre
- Diminuição da frequência cardíaca
- Diminuição do apetite
- Intolerância ao frio
- Unhas fracas e queda de cabelo
- Alterações no ciclo menstrual em mulheres e na potência e libido dos homens.
A publicitária Bruna Andrade descobriu o hipotireoidismo em uma consulta de rotina. “Comecei a ganhar peso gradativamente e, além disso, sentia as unhas fracas e estava com muita queda de cabelo… Foi aí que acendeu o sinal de alerta”, relembra. Após a ultrassom de tireoide e o diagnóstico de hipotireoidismo em mãos, o tratamento foi definido sobre dois pilares: mudança de hábitos e medidas farmacológicas. “Hoje, mais de dois anos depois, parte dos desconfortos cessaram, mas o objetivo é controlar a doença a longo prazo”.
O tratamento do hipotireoidismo consiste na reposição do hormônio tireoxina, que o organismo deixou de fabricar. Este deve ser mantido por toda a vida, uma vez que dificilmente observa-se regressão do quadro.
Hipertireoidismo
Como o nome sugere, o hipertireoidismo ocorre quando a glândula da tireoide produz mais hormônios do que o necessário para manter-se funcionando. Essa liberação acontece por um comando recebido de outra glândula endócrina, situada no cérebro, chamada de hipófise. Os principais impactos ao organismo incluem:
- Perda de peso repentina
- Aumento no apetite
- Ansiedade, nervosismo e irritação
- Taquicardia
- Insônia
- Tremor nas mãos e dedos
- Intolerância ao calor e suor excessivo
- Dificuldade para dormir
- Bócio (glândula tireoide aumentada) ou nódulos na tireoide.
O hipertireoidismo pode ocorrer por fatores hereditários, como é o caso da Doença de Graves, onde há a presença de um anticorpo no sangue que estimula a produção destes hormônios. Outro possível fator é o bócio com nódulos que produzem os hormônios tireoidianos.
Neste caso, o protocolo de tratamento deverá ser traçado entre médico e paciente, avaliando cada caso individualmente. As alternativas consistem em medidas farmacológicas com medicamentos que bloqueiam a produção do T3 e T4, iodo radioativo (iodoterapia) e até cirurgia para remover parte da tireoide.
Diante da adesão ao tratamento, os sintomas devem cessar e o paciente observará uma melhora significativa em sua qualidade de vida. Algumas medidas comportamentais também serão benéficas, como manter uma dieta equilibrada, rica em minerais como iodo e selênio, considerados matéria-prima para a produção dos hormônios da tireoide. Suplementos manipulados cumprem muito bem essa função, já que atuam diretamente na necessidade do paciente.
A prática de atividade física deve contar com liberação médica. Em geral, a indicação contempla apenas os pacientes com hipotireoidismo. Hábitos nocivos como, por exemplo, o tabagismo, deve ser evitado e, por fim, para que os distúrbios da tireoide não sejam descobertos tardiamente, recomenda-se realizar exames de rotina.
A avaliação dos níveis de T3, T4 e TSH deve ser realizado a cada cinco anos a partir dos 35 anos de idade em homens. Já em mulheres, cujo risco é acentuado, a indicação é realizar o exame a cada dois anos. Após os 40 anos, pode ser que a periodicidade diminua, sendo necessárias consultas mais frequentes.
A detecção precoce também é de fundamental importância para o diagnóstico do câncer de tireoide, considerado o mais comum na região da cabeça e pescoço. Tratam-se de tumores malignos que, embora representem apenas 10% dos nódulos na tireoide, podem colocar a vida em risco. Os sintomas incluem, ainda:
- Dor durante a deglutição
- Rouquidão
- Tosse constante
- Dificuldade para engolir
- Sintomas compressivos e até falta de ar.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), os principais fatores de risco são história familiar de câncer da tireoide, história de irradiação (ter se submetido à radioterapia) e dietas pobre em iodo.
Uma vez realizado o diagnóstico, o tratamento consiste na tireoidectomia (retirada total ou parcial da tireoide), podendo ou não haver necessidade de retirar os linfonodos vizinhos à glândula ou os gânglios linfáticos afetados.
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