Medicina
Conheça as doenças relacionadas à exposição solar
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O Brasil é considerado um país tropical porque está localizado, em sua maior parte, entre os trópicos de câncer e capricórnio. Também situado abaixo da linha do equador, apresenta altas temperaturas que justificam a predileção do nosso povo pelo clima quente e as belas praias do litoral.
As altas incidências de luz solar em algumas regiões provocam inúmeras reações na pele. Porém, os sinais também dependem de fatores como intensidade, comprimento de ondas, tipo de pele, tempo de exposição e latitude.
De acordo com a dermatologista Raíla Macedo, quando a luz ultravioleta penetra na pele, ocorrem dois tipos de efeitos:
Imediatos/Agudos:
· Vermelhidão;
· elevação da temperatura da pele;
· espessamento da pele;
· pigmentação imediata e/ou persistente;
· bronzeamento tardio;
Tardios/Crônicos:
· Fotoenvelhecimento;
· câncer de pele.
A médica explica que existe um grupo capaz de sofrer, com mais intensidade, tais prejuízos. “O fototipo, que nada mais é do que a coloração da pele de acordo com a produção de melanina, é o principal fator de risco. Pessoas com fototipo 1 e 2 queimam mais do que bronzeiam, por exemplo”.
Outra curiosidade é que a penetração da radiação ultravioleta varia de acordo com a região do corpo. Isso ocorre porque há uma diferença de espessura na epiderme, camada córnea e demais áreas corpóreas. Idade, gênero, hidratação da pele e até alguns medicamentos também podem aumentar a fotossensibilidade.
QUANDO O SOL TORNA-SE PREJUDICIAL
A dermatologista pontua as principais doenças relacionadas à exposição solar:
· Fotodermatoses idiopáticas (erupção polimorfa à luz, prurigo actínico, urticária solar);
· Fotosensibilidade devido a alguns diuréticos usados em casos de hipertensão, antibióticos, antipsicóticos e anticonvulsivantes.
O sol também pode ser um agravante para condições pré-existentes, como:
· Melasma;
· Vitiligo;
· Lúpus;
· Dermatomiosite;
· Dermatite seborreica;
· Acne vulgar;
· Rosácea;
· Líquen plano;
· Herpes;
· Exantemas virais;
· Verrugas plenas;
· Carcinomas.
Um levantamento da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo indica que as queimaduras solares são responsáveis por 20% das consultas dermatológicas no verão. Vermelhidão, edema, ardor local e até a formação de vesículas e bolhas são os principais sintomas, que podem acometer pessoas de todas as idades, inclusive crianças.
“Normalmente, pacientes de pele clara reagem com mais intensidade por não terem a fotoproteção natural da melanina. Os efeitos, causados pelos raios Ultravioleta A e B, costumam aparecer de duas a sete horas após uma dose única e intensa de radiação, prolongando-se por horas ou até dias”, explica a médica.
Outro número alarmante está ligado ao câncer de pele. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são registrados, todos os anos, cerca de 185 mil novos casos da doença, que responde por 33% de todos os diagnósticos de câncer. “A radiação aumenta a produção de radicais livres, provocando uma alteração do DNA na pele. Esses danos causam mutações e é por isso que ocorre o câncer de pele”. Raíla ressalta, ainda, que existem dois tipos:
Não-melanoma (carcinoma basocelular e carcinoma espinocelular): Relação com a radiação Ultravioleta A e B.
Melanoma: Associação com a exposição solar aguda. “Normalmente está relacionado à indivíduos cuja exposição solar foi intensa e agressiva na infância e adolescência”, revela.
Um artigo da Sociedade Brasileira de Pediatria ressalta que 80% da radiação solar que recebemos durante toda a vida foi adquirida até os 18 anos de idade. Por isso, os cuidados relacionados à proteção solar devem começar desde os seis meses de vida.
“Não existe uma medida fotoprotetora específica, mas uma combinação de fatores comportamentais que devem ser seguidos não apenas ao ir à praia, mas diariamente”, defende a dermatologista. São eles:
· Usar protetor solar corretamente todos os dias, sempre lembrando de reaplicar;
· Fazer a fotoproteção mecânica através do uso de roupas, chapéus e óculos de sol;
· Além da face, lembrar de cobrir orelhas e nuca;
· Evitar a exposição solar nos horários críticos.
Se, porventura, houver suspeita diante de feridas que não cicatrizam, lesões que crescem de forma irregular, mudam de coloração e sangram, visite um dermatologista de confiança. “Sabemos que em casos de câncer de pele não-melanoma, o tratamento cirúrgico é curativo. Quando o paciente busca ajuda o mais rápido possível e a lesão é retirada de forma total, certamente terá um bom resultado. Deixo o alerta para que as pessoas incluam a visita ao dermatologista nos exames de rotina”, finaliza a profissional.
FONTE: Raíla Macedo, Médica dermatologista. RQE: 7791
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