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Confinamento aumenta em 11% devido à demanda externa e alta no preço da carne em MT


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O número de animais confinados aumentou em cerca de 11% neste ano se comparado a 2018, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Conforme o último levantamento divulgado pelo instituto, foram confinadas cerca de 824 mil cabeças de gado.

Segundo especialista, os criadores ficaram estimulados, principalmente, a partir do segundo semestre, quando a demanda foi maior e o preço pago pela arroba do boi também aumentou.

Em uma fazenda de Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá, o número de animais confinados aumentou em 5% neste ano, segundo o gerente técnico Leone Furlanetto .

Leone disse que até setembro a arroba do boi custava em média R$ 140, mas o preço disparou nos meses seguintes e agora pode chegar a custar R$ 210.

“Nem nas estimativas mais otimistas se falava em um patamar de uma arroba a R$ 210. Em outubro começou a ter um reajuste, mas em novembro teve uma alta muito forte e rápida”, disse.

Para o gerente o fator principal que influenciou nesse aumento foi a abertura para o mercado asiático.

Somente para a China, em outubro deste ano, Mato Grosso registrou um aumento de mais de 340% na exportação de carne bovina se comparado ao mesmo mês do ano passado.

Apesar disso, Leone afirmou que a maior demanda continua senda a internada. Cerca de 80% da carne produzida na fazenda dele é para o mercado interno.

Além de aumentar o número de cabeças, a fazenda de Leone fez uma estratégia para segurar algumas cabeças de boi para que no período de escassez eles façam a entressafra da pecuária.

Outra fazenda que teve que registrou um aumento no confinamento fica em Diamantino, a 229 km de Cuiabá. Além de confinar os próprios animais, a fazenda aumentou as parcerias com outros pecuaristas que usam a estrutura de piquetes para fazer a engorda dos bois.

Uma das modalidades usadas pelos fazendeiros se chama ‘boitel’, onde são cobradas diárias de acordo com o sexo e o peso de entrada dos animais no confinamento. Dessa forma, o pecuarista tem um lucro com base no peso do gado.

“No Brasil, 13% dos bois abatidos provém do confinamento e a tendência é aumentar, pois esse é um sistema mais inteligente e mais produtivo que favorece todos os elos da cadeia. É um processo natural que favorece a qualidade da carne para o consumidor”, explicou o pecuarista Francisco Camacho.

Em 2020, o confinamento na fazenda deve aumentar. A expectativa é engordar e abater cerca de 100 mil cabeças no ano para tentar atender a demanda externa da carne bovina.

Com a valorização no mercado, Francisco conseguiu vender um lote recente por R$ 210 a arroba do boi.

“Tivemos um choque de demanda com a entrada forte da China que tem um potencial grande para mexer com o mercado”, ressaltou.

Geralmente, o confinamento é feito no período da seca, mas na fazenda do Francisco o processo continua durante todo o ano.

“Temos uma estratégia de confinar o ano inteiro. Tem uma série de desafios que acontece para que isso aconteça no período das águas e a gente acabou agregando essa estratégia a uma condição comercial, que hoje tiramos valor disso”, disse.

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