Agronegócios
Como está o mercado do milho?
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As cotações do milho, em Chicago, igualmente despencaram nesta semana. O fechamento desta quinta-feira (21) ficou em apenas US$ 5,75/bushel, valor mais baixo desde o dia 1º de dezembro do ano passado. Uma semana antes o fechamento havia sido de US$ 6,95. Lembrando que ainda no final de abril a cotação do bushel do cereal chegou a bater em US$ 8,18. Dito isso, as lavouras estadunidenses, no dia 17/07, apresentavam-se com 64% entre boas a excelentes, contra 65% na safra anterior nesta época. Outros 25% estavam em condições regulares e 11% entre ruins a muito ruins. Além disso, 37% das lavouras estavam em fase de embonecamento.
Em termos de mercado exportador, os EUA, na semana encerrada em 14/07, embarcaram apenas 33.900 toneladas da safra velha, tendo vendido um total de 60,4 milhões de toneladas, até o momento, no ano comercial 2021/22, contra uma estimativa total a ser vendida de 62,2 milhões. Em relação a nova safra, as vendas atingiram a 570.200 toneladas, ficando acima das expectativas do mercado. Por sua vez, na Argentina, conforme a Bolsa de Buenos Aires, 68% das lavouras estavam colhidas até o início da presente semana, com a produção final devendo ficar em 49 milhões de toneladas, contra 51 milhões que era a estimativa inicial. Das lavouras que faltavam ser colhidas, 15% apenas estavam entre boas a excelentes, 58% estavam regulares e 27% ruins. Já o Ministério da Agricultura argentino afirma que a colheita teria chegado a 85% da área e que a produção total do cereal, no vizinho país, será de 58 milhões de toneladas, contra as 60,5 milhões colhidas no ano anterior.
Nota-se, portanto, uma diferença de 9 milhões de toneladas entre o que afirma a Bolsa de Buenos Aires e o que estima o Ministério da Agricultura. Lembrando que o USDA, em seu relatório do dia 12/07, avança um volume total, a ser colhido na Argentina, de 55 milhões de toneladas para 2022/23, contra 53 milhões um ano antes. E no Brasil, os preços do cereal continuaram recuando nesta semana. A média gaúcha, no balcão, ficou em R$ 81,26/saco, enquanto as principais praças locais negociaram o produto a R$ 80,00. Já nas demais praças nacionais o milho oscilou entre R$ 62,00 e R$ 82,00/saco. Enquanto isso, na B3 o contrato setembro fechou o dia 21/07 em R$ 83,66/saco, enquanto novembro ficou em R$ 86,19; janeiro em R$ 88,78; e março/23 em R$ 89,59/saco.
Na prática, o mercado brasileiro de milho continua em recuo, pressionado pela colheita da safrinha, mesmo havendo algumas quebras pontuais importantes. Este contexto, está levando as primeiras projeções de plantio da nova safra de verão para um recuo de 4,3% na área do Centro-Sul brasileiro. Com isso, para 2022/23, a safra de verão deverá ser semeada em 4,2 milhões de hectares. Se o clima colaborar, a produtividade média sobe para 5.872 quilos/hectare na região, fato que permitiria uma produção total de 24,6 milhões de toneladas, contra as 21,9 milhões da frustrada safra anterior. Já para a safrinha 2023, espera-se uma área igual a deste ano, ou seja, 14,7 milhões de hectares, com produtividade média de 5.837 quilos/hectare, em clima normal.
om isso a produção total da safrinha do próximo ano poderá ser recorde, superando a deste ano. Mas, por enquanto, ainda é muito cedo para se avançar um volume. Já nas regiões Norte e Nordeste a expectativa é de que sejam cultivados 2,3 milhões de hectares com o cereal, ou seja, um recuo de 2,6%. Mesmo assim, esperase um potencial de produtividade que pode chegar a 5.600 quilos por hectare. Com isso, a produção final, nas duas regiões somadas, chegaria a 12,9 milhões de toneladas, ficando abaixo do volume colhido neste ano, que é de 13,2 milhões de toneladas. Neste contexto, a área total de milho no Brasil, em 2022/23, chegaria a 21,2 milhões de hectares, com recuo de 1,2% sobre o ano anterior. Entretanto, o rendimento médio melhoraria para 5.818 quilos/hectare, desde que o clima ajude, fato que levaria a produção final total para algo em torno de 123,5 milhões de toneladas, contra 117,2 milhões estimadas para o atual ano comercial.
Em relação a colheita da segunda safra, o Centro-Sul brasileiro, até o dia 14/07, chegava a 53% da área, contra 30% em relação ao mesmo período do ano passado. Especificamente no Mato Grosso, a colheita da safrinha chegava a 85,5% no início da presente semana, enquanto no Paraná a mesma atingia a 30%, com algumas regiões registrando forte queda na produtividade média, e no Mato Grosso do Sul a colheita atingia a 12,5%.
A análise é da Central Internacional de Análises Econômicas e de Estudos de Mercado Agropecuário – CEEMA