Acre
Com paralisia cerebral, estudante do Acre tem inflamação no quadril e precisa de R$ 47 mil para cirurgias em Campo Grande
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Lucas Noronha precisa do dinheiro para pagar três cirurgias no quadril. Família da professora Janise Regina faz vaquinha online e campanha nas redes sociais.
Ajude o Lucas a ter um futuro melhor. Esse é o nome da campanha lançada pela família da professora Janise Regina que quer arrecadar R$ 47 mil para o estudante Lucas Noronha Araújo, de 21 anos.
O jovem tem paralisia cerebral e viu a saúde ficar mais debilitada em 2015 quando descobriu uma inflamação no quadril.
O estudante está hospedado com a mãe dele, desde o mês de agosto, na casa da mãe de Janise, em Campo Grande (MS), à espera do dinheiro para cirurgia. Janise é amiga de infância da mãe do rapaz e resolveu mobilizar amigos e familiares em uma luta contra o tempo para ajudá-lo.
“Ele tem paralisia cerebral e desde 2015 começou com uma inflamação no quadril. Passou por algumas consultas hospitalares, mas no início de 2016 essa inflamação foi se agravando e o fêmur dele, por causa dessa inflamação, deslocou e ficou na parte superior do cóxis. A perna direita dele não estica mais. O quadro dele é degenerativo”, explicou.
Para conseguir o dinheiro, a família de Janise iniciou uma campanha nas redes sociais distribuindo o número de uma conta bancária e também uma vaquinha online. A campanha iniciou no último dia 7 e até esta sexta-feira (21), já foram arrecadados mais de R$ 21 mil.
“Um colega nosso gravou um vídeo, colocamos o site no ar. O maior depósito está sendo na conta. A campanha é nas redes sociais, um passando para o outro, amigos que têm contato de empresários vão passando o vídeo. Ele mesmo conta a história no vídeo”, destaca.
Estudante dorme sentando apoiado em uma mesa porque devido a inflamação no quadril — Foto: Arquivo pessoal
No vídeo de mais de 15 minutos, o estudante relata um pouco da luta contra a doença e as dificuldades encaradas. Emocionada, a professora diz que o estudante precisa urgentemente passar por três cirurgias no quadril e um médico de Campo Grande fez o orçamento de R$ 47 mil para os procedimentos.
“Na vaquinha colocamos o valor de R$ 60 mil porque, quando criamos o site, o médico tinha falado procedimento pós-operatório, e não tínhamos, mas quando foi na sexta uma clínica de Campo Grande viu o vídeo dele e ofereceu o tratamento dele pós-cirúrgico. Isso já vai ser de graça”, detalhou.
Ajuda
Janise conta que o rapaz estava na fila do Tratamento Fora do Domicílio (TFD) para conseguir uma vaga em um hospital em outro estado. Porém, a família foi informada que o TFD tentou vaga em hospitais de Belo Horizonte e Brasília, entre outros, mas não havia vagas disponíveis.
“Segundo os ortopedistas, aqui na faz essa operação. Ele foi para a fila [do TFD], fez uma série de exames e ficou sendo acompanhado. A mãe dele tentou em vários estados do Brasil, como Brasília, Belo Horizonte, mas alegaram que não tinha vaga. O quadro foi se agravando e agora o Lucas fica apenas sentado, não consegue mais dormir”, lamentou.
Jovem conta com a ajuda de amigos e familiares para conseguir operar o quadril e ter uma qualidade de vida melhor — Foto: Arquivo pessoal
A ideia de viajar para Campo Grande e tentar por conta própria as cirurgias ocorreu durante uma visita ao estudante em julho, quando a mãe de Janise veio visitar o Acre. A professora fez a proposta do jovem viajar com a mãe para a casa da família dela e tentar uma vaga no hospital de lá.
“Em agosto conseguimos pagar a passagem dele. Conversamos com a mãe dele e propomos de ver em outro local. Lá já não vão se preocupar com hospedagem e alimentação. Levamos em um médico que é especialista em quadril, ele olhou e disse que a situação do Lucas era para ontem porque o quadro dele é degenerativo. Ele passou um orçamento e deu um laudo”, afirmou.
A professora contou também que a ideia é conseguir arrecadar o restante do dinheiro, cerca de R$ 27 mil, até o mês de novembro. O médico concordou esperar o dinheiro, mas pediu pressa devido ao quadro do rapaz. Após o procedinto no quadril, o estudante deve ser submetido a uma cirurgia na coluna.
“Conseguimos a cirurgia da coluna em um hospital universitário de lá. Ele já começou o processo de acompanhamento com a equipe de ortopedia. Ficaram pasmo e se perguntaram porque a equipe daqui não priorizou a qualidade de vida do Lucas. Depois da cirurgia vai deitar, sentar. Depois disso vai ter uma qualidade de vida melhor”, concluiu.