Agricultura
Com oferta apertada no mundo, açúcar é a estrela entre as commodities em 2023
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As cotações do açúcar encerraram o mês de junho em queda de 3,7% na bolsa de Nova York, o que não impediu que o produto seguisse como o maior destaque entre as principais commodities agrícolas negociadas no mercado internacional. Nos seis primeiros meses de 2023, os contratos de segunda posição de entrega do açúcar demerara acumularam alta de 30,44%, para 24,49 centavos de dólar por libra-peso, em média, segundo cálculos do Valor Data.
A safra brasileira segue com bom andamento. Na semana passada, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) informou que a produção de açúcar do país desde o início do ciclo 2023/24, em abril, já cresceu 32% em relação ao mesmo período da temporada anterior, para 9,53 milhões de toneladas.
Arnaldo Corrêa, diretor da Archer Consulting, afirmou, em relatório recente, que os fundamentos da commodity prevaleceram sobre os “ruídos irrefletidos e as narrativas delirantes” de quem apostava que a oferta brasileira seria escassa. De qualquer forma, a oferta internacional segue apertada, o que tem sustentado o aumento dos preços — o demerara valorizou-se em Nova York em seis dos últimos oito meses.
O café encerrou o mês de junho em queda, pressionado pela avaliação dos investidores de que a oferta brasileira está crescendo. Os contratos do arábica de segunda posição de entrega recuaram 5% em junho, para US$ 1,7517 o bushel, mas acumularam alta de 5,44% no primeiro semestre.
Cacau
Os preços do cacau seguiram em rota ascendente, emendando sua oitava alta mensal consecutiva em Nova York. Em junho, a amêndoa subiu 6,66%, a US$ 3.186 por tonelada, em média, e, no primeiro semestre, o avanço foi de mais de 25%.
Suco de laranja
O suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) teve desempenho similar ao do cacau nos seis primeiros meses do ano, quando subiu 27,66%. Em junho, em contrapartida, os contratos da commodity recuaram 0,48%, a US$ 2,5804 por libra-peso.
Algodão
O algodão, por sua vez, continua com pouca oscilação, depois de despencar na segunda metade de 2022. Os contratos da pluma caíram 1,88% no primeiro semestre e 0,38% em junho, a 81,64 centavos de dólar por libra-peso.
Preço do açúcar acumulou alta de 30,44% no primeiro semestre deste ano — Foto: Globo Rural
Soja, milho e trigo
Na bolsa de Chicago, soja, milho e trigo subiram em junho, o que não impediu que encerrassem o primeiro semestre com queda expressiva. O milho liderou as baixas na primeira metade do ano: os contratos de segunda posição de entrega avançaram 1,28% no mês passado, para US$ 5,5251 o bushel, mas recuaram 15,78% no primeiro semestre, segundo o Valor Data.
Trigo e soja subiram 6,38% e 0,95% em junho, a US$ 6,7298 e US$ 13,4527 o bushel, respectivamente. No primeiro semestre, entretanto, acumularam quedas de 11,78% e 9%, nessa ordem.
Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, diz que, em junho, os olhos dos investidores ficaram sobre as condições das lavouras americanas. Para ele, o mercado não deu a devida atenção à demanda interna nos Estados Unidos. “Ela se mostrou mais agressiva do que o esperado”, disse ao Valor.
Fonte: SIAMIG