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Com novas tecnologias abacaxi pode ser produzido o ano inteiro em Rondônia


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Verificar a presença de pragas como colchonilha e percevejos deve ser uma preocupação constante do produtor de abacaxi.

Rondônia ainda importa a maioria das frutas que consome, inclusive frutos tradicionais da região. O abacaxi é a segunda fruta mais cultivada no estado com 676 ha, de acordo com o relatório da produção Agrícola Municipal (PAM), ficando atrás apenas da área plantada com banana 8725 ha. Estes dados demonstram o enorme potencial da fruticultura rondoniense, principalmente de espécies originarias das Américas, mais adaptadas ao solo e clima da região, como é o caso do abacaxi.

Quem acompanha os dados da produção agrícola em Rondônia observa que além da sazonalidade das frutas, ainda existe uma descontinuidade dos pólos produtivos, evidenciando uma instabilidade na produção frutícola do estado. Durante alguns anos o município de Pimenta Bueno foi o grande produtor de abacaxi, depois o município de Cujubim apareceu como o maior produtor da fruta no estado e continua com a maior área plantada, no entanto a maior produção em 2017 foi no município de Porto Velho, 2.277.000 frutos, seguido por Cujubim com 1.868.400 e Vilhena com 1.716.000 frutos no ano (PAM 2017).

Os dados aparentemente conflitantes entre área plantada e volume de produção vendida são justificados pelos técnicos pelo fato de ser o abacaxi uma planta bianual, em condições naturais, mas que possibilita o planejamento de safra através de técnicas de indução de floradas, isto dá oportunidade ao produtor escolher se quer colher seus frutos neste ano ou aguardar melhores condições de mercado no ano seguinte.

CONSUMO
O destino da produção de frutas em Rondônia é em geral a venda para consumo in natura, o que deixa Porto Velho em situação privilegiada, pelo fato de ser o maior centro consumidor e a porta de saída para Manaus, centro urbano com mais de um milhão de habitantes, ávidos pelo consumo de produtos frescos. O excedente de produção e os frutos fora de padrão ficam a disposição das agroindústrias, para o processamento na forma de polpas e doces.

Frutos de um a dois quilos são bons para o comercio de consumo in natura , enquanto que os frutos fora de padrão muito grandes ou pequenos são bem aceitos pela indústria.

O abacaxi é a quinta fruta mais consumida pela população brasileira, que tem a banana como principal fruta da dieta alimentar, mas apenas 40% da população têm o hábito de comer frutas diariamente, segundo pesquisa data folha, realizada em 2017. O consumo per capita de frutas no Brasil ainda está longe do volume recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 400 gramas diárias.

Nesse contexto de baixo consumo, metade da media per capita de países europeus, enxerga-se um enorme potencial para o crescimento da fruticultura no Estado, e entre as espécies produzidas em Rondônia, o abacaxi se destaca, por ser uma fruta originaria da America do Sul, perfeitamente adaptada ao clima amazônico, possuir ciclo curto, anual ou bianual, e alcançar altas produtividades. Apesar de produzir apenas um fruto por planta, o abacaxi permite cultivos com grande densidade de plantas, até 50 mil por hectare.

INOVAÇÃO
Diversas espécies frutícolas que só eram encontradas em determinadas épocas do ano, períodos de safra, agora com ajuda da tecnologia já podem ser produzidas em qualquer época do ano. A manga e o abacaxi são bons exemplos desse avanço tecnológico. Com auxilio da assistência técnica, o produtor aprende a fazer o controle de pragas, manejo de irrigação e a utilização de fito hormônios, que estimulam a emissão de floradas fora de época, facilitando a produção na entressafra.

No caso especifico do abacaxi, é possível antecipar a produção de frutos em até seis meses, e ainda programar períodos de maturação dos frutos por talhões, através de técnicas de manejo da irrigação e a estimulação de floradas com o uso de fito hormônios ou carbureto de cálcio, aplicado na parte superior das plantas.

A utilização das técnicas modernas de produção disponibilizadas pela assistência técnica e extensão rural, pode mudar o panorama da fruticultura, com forte impacto na economia porque além de melhorar a oferta de frutas nos mercados, a produção fora dos picos de safra remunera melhor o produtor e diminui a evasão de divisas do estado, além de potencializar o funcionamento das agroindústrias, com a oferta de matéria prima durante o ano todo.

A opção pela fruticultura por parte dos agricultores pode e deve começar com culturas de ciclo curto e bem adaptadas ao clima e solo rondoniense, para depois avançar para espécies perenes e mais complexas. Sem dúvida é uma alternativa à monocultura do leite e do café, culturas predominantes na agricultura familiar do estado.

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