Agronegócios
Com mercado aquecido, muitas demandas do agronegócio não serão atendidas
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O dólar valorizado, a alta global das commodities e a demanda aquecida formaram um cenário favorável para o agronegócio brasileiro. A rentabilidade melhorou em várias áreas e a disposição para investir aumentou entre os agricultores. Pesquisas mostram que quando a rentabilidade melhora, o produtor rural costuma aplicar em maquinário novo, em insumos e equipamentos de alto desempenho, por exemplo. Prova disso são os resultados observados no setor de máquinas. A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ) estima avanço de 20% em 2021; com os 18% de 2020, o crescimento chegará a quase 40% em dois anos.
O faturamento mensal do setor tem se mantido ao redor de R$ 2,4 bilhões, segundo dados da ABIMAQ. Com a alta procura, o desafio agora é conseguir atender toda a demanda que vem do campo. Foi o que me disse Luis Felli, vice presidente para América Latina do grupo AGCO, multinacional que detém marcas como Massey Ferguson, Fendt, GSI: “Tudo que está sendo produzido está sendo comercializado. É impossível atender à demanda no momento e vai continuar desse jeito por um tempo”.
O presidente da John Deere no Brasil, Paulo Herrmann, chegou a pedir para os agricultores pararem de comprar. Dá para acreditar? Vocês nunca ouviram de um CEO de uma empresa dizer: “Não comprem máquinas, comprem somente aquilo que precisam. Não vamos entrar no efeito manada, não vamos comprar o que não precisa, isso vai se ajeitar mais adiante. Agora, estou desesperado em busca de componentes”. Desesperados. Assim estão os empresários em busca de componentes, peças e mão de obra para dar conta de tudo. A expectativa da indústria é que o bom desempenho no mercado se estenda, pelo menos, até 2022.
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