Direto de Brasília
Com foco na segurança, profissionais do Congresso preparam posse presidencial
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A cerimônia de posse do presidente Jair Bolsonaro no Congresso Nacional vai envolver um grande contingente dos servidores do Senado Federal e da Câmara dos Deputados. Segundo a diretora de Relações Públicas, Publicidade e Marketing do Senado, Maria Cristina Monteiro, além das quase 200 pessoas sob sua coordenação direta nos 24 postos de trabalho espalhados pelas dependências do Congresso Nacional, e de um número equivalente de policiais legislativos, outras centenas de funcionários das duas Casas, de áreas como infraestrutura (telefonia, energia, transportes etc.), comunicação e atendimento médico, também estarão envolvidas no evento, que ocorre a partir das 15h de 1º de janeiro de 2019.
A mobilização de profissionais para a cerimônia se justifica pelo tamanho do evento: cerca de 1 milhão de pessoas são esperadas para o evento na Esplanada dos Ministérios, segundo estimativa feita pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República. Se esse número se confirmar, será a maior manifestação de rua desde a inauguração da capital federal.
Coordenadora do grupo de trabalho para a posse no Congresso, Maria Cristina informa que o evento será conduzido, no Senado, pela área de Relações Públicas, com atuação destacada da Polícia do Senado. Para dar conta da tarefa, Maria Cristina destaca que foi estabelecida um esquema especial de acesso e credenciamento no evento, com uma metodologia de gestão específica.
Além do cerimonial e da segurança, outros setores estarão de plantão no primeiro dia do ano. A área de infraestrutura vai cobrir desde a jardinagem até os cabeamentos para emissoras de TV, e a área de comunicação, vai cuidar, por exemplo, da captação de imagens para todas as emissoras, da cobertura do evento pela internet, bem como do credenciamento de profissionais de imprensa de todo o país e do mundo.
Programação
A previsão é que às 15h de 1º de janeiro, Jair Bolsonaro saia da residência oficial e siga para a Catedral de Brasília, na Esplanada dos Ministérios. Não está previsto evento religioso. Da Catedral, ele seguirá para o Congresso, em um trajeto que deve demorar cerca de 15 minutos. Ainda não há definição se esse trajeto será feito em carro aberto ou fechado. A chuva também poderá alterar a programação.
No Congresso, Bolsonaro será recebido pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira, pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, entre outros parlamentares e autoridades dos Três Poderes.
Em sessão solene no Plenário da Câmara, o novo presidente fará o compromisso constitucional e o discurso. Eunício, como presidente do Congresso, vai conduzir a sessão de posse e também deverá discursar. Depois, Bolsonaro seguirá para o Palácio do Planalto, onde deve receber a faixa presidencial. Além dos tradicionais 21 tiros de canhão e da passagem das tropas em revista, o evento poderá ter uma novidade: a participação da Esquadrilha da Fumaça.
Segurança
De acordo com a diretora, dentro do Congresso, a segurança de Bolsonaro estará a cargo da Polícia Legislativa. O GSI será responsável pela segurança do evento na área externa. Haverá também agentes da Polícia Federal envolvidos diretamente na segurança pessoal de Bolsonaro. Um médico do Congresso e outro do GSI também vão acompanhar o novo presidente.
Os convites para a cerimônia de posse serão enviados a partir da próxima semana. A lista de convidados inclui autoridades internacionais, ministros de tribunais superiores, parlamentares e governadores. Também há um número reservado para convidados pessoais do presidente eleito.
O Itamaraty é responsável pelos convites para autoridades estrangeiras. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, já confirmou presença. Também há a expectativa do comparecimento de um representante do governo dos Estados Unidos.
Maria Cristina registra uma preocupação especial com a segurança do acesso. Segundo a diretora, os convites serão enviados com um cartão especial, com código de barras, que garantirá o acesso do convidado para a posse. Esse cartão é intransferível e vai indicar, inclusive, a área onde o convidado poderá circular.
No dia do evento, a entrada das autoridades será feita pela chamada Chapelaria, local onde convidados podem desembarcar, entrando no Palácio do Congresso Nacional pelo Salão Branco. Já o presidente eleito, caso não haja chuva, desembarca na área externa do Congresso, entre os espelhos d’água e entra no Salão Negro, usando a rampa de acesso.
As autoridades estrangeiras serão atendidas pela entrada do Anexo I do Senado. Caso algum convidado chegue à Esplanada no momento em que o trajeto estiver fechado para a chegada do novo presidente, ele terá que entrar no Congresso pelo Anexo II do Senado, cujo acesso é feito pela via paralela ao Eixo Monumental.
Histórico
A posse de Jair Bolsonaro pode ser histórica. Se a expectativa de público se confirmar (1 milhão), serão 2,5 vezes mais pessoas do que na posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em janeiro de 2003, quando 400 mil pessoas acompanharam o evento. Apesar de ter participado da organização da posse de Lula, esta será a primeira vez que Maria Cristina participará como coordenadora.
— Sei que tem o caráter histórico do evento. Porém, mais do que isso, tenho a ansiedade de que tudo dê certo, que tudo saia conforme o planejado. Isso já será uma grande conquista — afirma.