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Cientistas descobrem segunda mutação genética resistente ao HIV
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Uma descoberta feita por pesquisadores espanhóis pode significar uma nova esperança para pacientes com HIV. Uma mutação genética rara, relacionada à Distrofia Muscular de Cinturas (DMC), permitiria uma imunidade natural contra o vírus da Aids. De acordo com os cientistas, a informação pode abrir caminho para o desenvolvimento de novas drogas contra o HIV. O estudo foi publicado na revista americana PLOS Pathogens.
Segundo os autores do trabalho, a mutação atinge o gene Transportina 3 (TNPO3). O gene foi identificado em uma família espanhola afetada pela DMC. Os médicos tiveram a ideia de infectar em laboratório amostras de sangue desta família com o HIV após descobrirem que outra equipe de pesquisadores estudava justamente o papel deste gene no transporte do vírus da Aids para o interior das células.
Após a experiência, os médicos observaram que os linfócitos (células de defesa do organismo) da família apresentavam uma resistência natural contra o HIV, pois o vírus não foi capaz de infectar as células.
Os cientistas ainda não sabem o motivo, mas pelo menos 5% dos pacientes infectados com o HIV não desenvolvem a doença. Até o momento apenas uma outra mutação genética rara – do gene CCR5, tinha sido identificada como capaz de inibir a propagação do vírus. Conhecido como o “paciente de Berlim”, Timothy Brown, se livrou do HIV após passar por um transplante de medula que lhe permitiu ter esta mutação.
O número de pessoas infectados pelo vírus HIV no Brasil cresceu 21% nos últimos oito anos. Os dados brasileiros vão na contramão dos números globais, que tiveram queda de 16% entre 2010 e 2018. As informações foram divulgadas na terça-feira (16/07/2019) pelo Programa Conjunto das Nações Unidas, que trabalha exclusivamente sobre o tema, o UNAIDS.