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Agronegócios

China-dependência em carne bovina tem potencial para mais 240% em dezembro


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Fosse apenas mostrar que a China correspondeu a mais de 21,% das exportações brasileiras de carne bovina no 1º semestre, expondo uma expansão de 19,3% sobre os mesmos seis meses de 2018, já seria redundância apontar o destino asiático como a cereja do bolo do setor. Sob a expectativa, recorrente há meses, de novas plantas exportadoras podendo ser habilitadas, os números tenderiam a extrapolar a níveis que não seriam vistos sem a China-dependência.

Há outras premissas que apresentam uma curva positiva para a pecuária neste semestre, mas o relatório da INTL FC Stone, lançado hoje (24), não deixa dúvidas sobre o potencial do gigante da Ásia.

Projeta-se, para daqui até a dezembro, caso sejam liberadas mais 25 unidades processadoras, que as vendas mensais bateriam em 70,2 mil toneladas, sobre as 20,5 mil/t de junho. Incremento de 242%.

A aposta no flanco chinês – englobando Hong Kong, que carrega também a carne para o continente -, também é significativa porque sabe-se, olhando as condições do mercado, que o crescimento do bolo de forma brusca como aponta o relatório somente se dará com essas novas habilitações prometidas.

Sem esses novos CNPJs, ainda que a maioria sob um mesmo guarda-chuva empresarial (JBS, Minerva, Marfrig, dominando), a expansão será sempre na margem, como tem sido. Caio Toledo Godoy, que assina o documento da FC Stone, lembra também que correndo por fora estão a Indonésia e os Estados Unidos. O primeiro poderia abrir as portas; os segundos, reabrirem, depois que fechou (tão rápido quanto abriu) as importações do Brasil em junho de 2017 por questões sanitárias.

Interno

Em relação à demanda interna, o segundo semestre do ano, Godoy escreveu: “(…)temos como fator dominante a retomada econômica e seus reflexos sobre a renda disponível da população. Segundo nossa análise que contempla tanto o gasto da população com carne bovina na cesta básica quanto os efeitos da elasticidade renda sobre a carne bovina, podemos concluir que o incremento de 1% na renda disponível da população poderá contribuir para aproximadamente 0,69% no consumo de carne bovina”.

Para um mercado consumidor estável desde abril, ainda seguindo o alinhamento do relatório, a elasticidade-renda pode melhorar com a entrada em cena das reformas estruturais, como a nova Previdência sendo aprovada em 2º turno na Câmara e depois no Senado, tanto quanto se aproxima a votação em tom positivo da reforma tributária. Mesmo que os efeitos práticos sejam para 2019 em diante, o ambiente macroeconômico pode melhorar antes.

Oferta e Curral

Na análise, a FC Stone leva em conta o enxugamento da oferta de animais com a diminuição da quantidade de fêmeas indo ao abate e possivelmente preços melhores pagos pela reposição da atividade de engorda. “A valorização do preço pago pela reposição de todas classes seja ela nos animais mais novos, na desmama, aos animais mais pesados entre doze e quatorze @s”, concluiu Caio Toledo Godoy.

O analista de gerenciamento de risco da INTL FC Stone também enxerga melhora nas condições de confinamento de 2º giro, “ou linearidade”. E isso também ajuda a enxugar um pouco a disponibilidade de animais a serem originados pelos frigoríficos, com relativo aumento dos preços pagos.

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