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China acusa EUA de serem erráticos e unilaterais em guerra comercial


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China escalou o tom da guerra comercial com os Estados Unidos: em uma extensa nota divulgada nesta quinta-feira (12), o ministro do Comércio chinês afirma que os EUA têm sido “erráticos” e pede a união global contra as tarifas bilionárias impostas ao país.

Os chineses acusam o governo de Donald Trump de lançar a economia mundial numa “armadilha da Guerra Fria”, e declaram, quem diria, que irão lutar para encorajar a competição global, o combate ao monopólio e a abertura de mercados.

“A China irá defender os princípios de livre comércio, o sistema de comércio multilateral e os interesses comuns de todos os países do mundo”, afirma o ministro Zhong Shan, numa demonstração de que a disputa entre os dois países também é geopolítica.

A nota foi divulgada dois dias depois de os EUA anunciarem sobretaxas a US$ 200 bilhões em produtos chineses -quase metade das vendas do país asiático aos americanos. O montante corresponde a cerca de R$ 760 bilhões.

Os EUA acusam a China de práticas comerciais desleais e roubo de propriedade intelectual na área de tecnologia. Os chineses negam e dizem que o governo de Donald Trump age em prol de interesses políticos, com base em “fatos distorcidos”.

“Os Estados Unidos têm sido erráticos e rebeldes, abandonaram descaradamente o consenso e insistiram em uma guerra comercial”, diz Zhong. “A responsabilidade recai inteiramente sobre eles.”

A nota do governo de Xi Jinping, que tem medido forças contra os EUA, afirma que os EUA lançam não só a China, mas o mundo em uma guerra que irá prejudicar a economia global.

Os chineses também acusam os americanos de unilateralismo, protecionismo e comportamento hegemônico, e afirmam que irão se posicionar para proteger “os interesses globais” e o livre comércio mundial.

Na semana passada, EUA e China passaram a aplicar tarifas a US$ 35 bilhões em importações, e prometem estender a alíquota a um total de US$ 50 bilhões.

Depois do último anúncio americano, que propõe sobretaxas a US$ 200 bilhões em mercadorias, a China prometeu reagir, mas ainda não detalhou como.

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