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Chega ao Brasil novo equipamento para diagnosticar câncer de mama


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Uma das principais queixas das mulheres que se submetem à  mamografia é a dor ocasionada pela compressão das mamas. Mas um novo equipamento da Hologic, empresa pioneira na criação de tecnologias para mamografia digital, promete amenizar o incômodo. Ele será lançado no segundo semestre no Brasil.

O grande diferencial do dispositivo é o compressor curvo, o “SmartCurve”. É que ele se adapta ao formato da mama, garantindo maior conforto e resultados mais precisos, sem distorção ou perda na qualidade de imagem.

Segundo pesquisa feita pela empresa, 40% das pacientes que realizaram os testes com o aparelho alegaram sentir dor ao fazer a mamografia tradicional. Porém, ao serem examinadas com o compressor curvo, 93% não experimentaram a sensação dolorosa ou desconforto.

Além disso, o equipamento aprimora a imagem da mamografia em 3D – já utilizada em diversas clínicas no Brasil. O chamado “3Dimensions” permite a criação de imagens em 3D de alta resolução, o que auxilia o médico com uma leitura mais clara das possíveis lesões ou cânceres.

Segundo André Danielski, especialista em marketing da Hologic, o produto já está no mercado americano e europeu e começará a ser instalado nas clínicas brasileiras a partir de julho, com foco em grandes redes privadas de São Paulo e na rede pública pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A evolução da mamografia

De acordo com a radiologista especializada em imagem da mama, Vivian Schivrtche, a mamografia é o melhor exame para o rastreamento de um câncer nessa região. Na década de 1950, quando ela foi criada, era como fazer um raio-x. Porém, havia uma limitação causada pela espessura da glândula: não era possível avaliar a imagem com clareza e, aí, nem todos os tumores apareciam.

“Às vezes, as imagens surgiam sobrepostas e era necessário fazer mais exames, o que aumentava o nível de radiação. Por isso, foi criado um compressor para diminuir a espessura da glândula”, explica a médica. O problema é que a estratégia gerava dor nas pacientes.

A segunda geração de mamógrafos foi desenvolvida no começo dos anos 2000. “Ao invés de usar filmes, era feita basicamente uma leitura digital, como as máquinas fotográficas. Isso já aumentou a capacidade de conseguirmos boas imagens. E a compressão das mamas diminuiu um pouco”, explica Danielski.

Na década de 2010, o Brasil tornou-se o primeiro país da América Latina a usar a mamografia em 3D. “A segunda geração de mamógrafos elevou em 60% a detecção de câncer, enquanto a terceira geração, de 20 a 65% em cima desse novo valor”, descreve o especialista da Hologic.

Ainda que o sofrimento durante o exame tenha sido atenuado com o passar dos anos, a expectativa é de que o compressor curvo traga ainda mais tranquilidade e conforto para as pacientes – dessa forma, elas não deixariam de ser examinadas anualmente.

“Os motivos que afastam as mulheres da mamografia são a dor e o medo de achar algum problema. Porém, quanto mais cedo se encontra uma alteração, maior é a chance de cura. É necessário criar uma cultura da importância desse exame”, reforça Vivian. “Até porque, hoje, cirurgias para retirada do tumoras também mudaram muito. Elas são menos agressivas e mantêm a estética das mamas”, completa.

Incidência de câncer de mama é alta

Tanto no Brasil como no mundo, esse é o segundo tipo de tumor que mais atinge mulheres, ficando atrás apenas do câncer de pele não-melanoma. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), ele corresponde a cerca de 28% dos casos novos a cada ano e, em 2018, estima-se que surjam 59 700 novos pacientes.

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