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Cemitério da Candelária em Porto Velho tem revitalização concluída


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Em meio à floresta amazônica, nas proximidades do Rio Madeira, em Porto Velho, o Cemitério da Candelária ajuda a contar a história de um dos mais ambiciosos projetos de engenharia do século passado: a construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Nele foram enterrados trabalhadores da ferrovia, vindos de diversos países e que não resistiam às muitas doenças tropicais da região. O campo ficou abandonado por muitos anos, resultando em perdas no patrimônio Histórico.

No ano passado, foi iniciada uma obra de revitalização no local, com objetivo de resgatar a história e tornar o espaço um ponto turístico.

No cemitério centenário, estão enterrados cerca de 1,5 mil pessoas que trabalharam na construção da EFMM. Ele foi aberto ao lado do extinto Hospital da Candelária, na década de 1910.

As obras foram realizadas pela Santo Antônio Energia, como compensação ambiental. Dentre as melhorias estão a limpeza, sinalização, a construção de calçadas e rampas de acessibilidade e de um portal. O trabalho foi acompanhado por uma equipe de arqueologia, já que o espaço é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Durante a recuperação, profissionais encontraram um sítio arqueológico no cemitério e recolheram peças que acreditam ser do período pré-colonial.

Cemitério da Candelária foi construído para enterrar trabalhadores da EFMM. — Foto: Santo Antônio Energia/Divulgação

Cemitério da Candelária foi construído para enterrar trabalhadores da EFMM. — Foto: Santo Antônio Energia/Divulgação

A historiadora e professora Mara Genecy Centeno Nogueira aponta em sua tese de doutorado que o cemitério da Candelária foi planejado após a construção do Hospital da Candelária.

“A partir do segundo semestre de 1907, a empreiteira [responsável pela EFMM] tratou de intensificar as medidas preventivas nas quais incluía a inserção de instalações provisórias de um local onde pudesse internar os doentes da ferrovia. […] O Hospital da Candelária começou a ser concebido a partir de 1908, e objetivava atender um maior número de pacientes e observar mais de perto os corpos doentes. […] Para sepultar os trabalhadores é inserida ao projeto uma área destinada ao cemitério”, expõe a historiadora, ressaltando que toda a história apresentada no cemitério não corresponde só aos mortos, mas a toda sociedade que o concebeu.

Sobre o local, existem muitos contos e lendas. Uma delas é que apenas homens estão enterrados no espaço. Mas há também quem diga, segundo Mara, que uma amante de um funcionário da ferrovia foi sepultada na Candelária para encobrir a caso extraconjugal.

Segundo a Santo Antônio Energia, a responsabilidade pela manutenção do cemitério ficou com a Prefeitura de Porto Velho.

A expectativa é que o Cemitério se torne uma atração turística. O espaço fica na avenida Farquar, bairro Triângulo, a cerca de 2 quilômetros do Centro e é aberto permanentemente ao público.

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