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Cartão de crédito: Quanto menor a renda, maior o limite. Entenda como usar


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Brasileiros com rendas menores têm limites de cartão de crédito mais altos se comparados aos dos mais ricos. Ou seja, quanto menos uma pessoa ganha, mais ela poderá gastar, proporcionalmente, com a modalidade.

É o que mostra pesquisa do aplicativo de gestão de finanças pessoais Mobills. O app analisou a base de dados de cerca de 20 mil usuários entre janeiro e maio deste ano.

Pessoas com renda entre R$ 500 e R$ 999 por mês, por exemplo, têm um limite médio para gastar no cartão de crédito 203% maior do que o valor da renda. Na outra ponta, para quem ganha mais de R$ 10 mil, o limite médio é 41% abaixo da remuneração.

Veja outros números:
  • Renda de R$ 500 a R$ 999 – limite médio é 203% maior
  • Renda de R$ 1 mil a R$ 2.999 – limite médio é 61% maior
  • Renda de R$ 3 mil a R$ 4.999 – limite médio é 19% maior
  • Renda de R$ 5 mil a R$ 7.999 – limite médio é 7% menor
  • Renda de R$ 8 mil a R$ 9.999 – limite médio é 18% menor
  • Renda maior que R$ 10 mil – limite médio é 41% menor

Dessa maneira, um trabalhador que ganha R$ 1,5 mil por mês pode gastar, em média, cerca de R$ 2,4 mil no cartão. Por outro lado, alguém com rendimentos de R$ 8 mil, por exemplo, tem limite médio de até R$ 6,5 mil.

O CEO e fundador do Mobills, Carlos Terceiro, avalia que esses números, em tese, podem ser visto de maneira positiva, uma vez que famílias com baixa renda precisam de um crédito a mais.

No entanto, ele explica que, na prática, esse cenário se torna uma isca para os consumidores. Isso porque a maioria deles não sabe como usar o cartão de crédito da maneira correta e acaba se endividando.

“No fim das contas, o grande problema não é nem o limite, mas as pessoas não conhecerem o cartão de crédito e a alta taxa de juros”, frisa Carlos Terceiro, que é especialista em finanças pessoais.

Juros

Dados divulgados na última sexta-feira (26/06) pelo Banco Central (BC) apontam que a taxa média de juros do cartão de crédito, assim como a do cheque especial, registrou queda em maio.

Os juros do rotativo do cartão de crédito, por exemplo, caíram de 313% ao ano, em abril, para 303%, em maio. O consumidor vai ao rotativo quando não paga o valor integral da fatura até a data de vencimento.

Como usar

Carlos Terceiro, porém, analisa que o cartão de crédito está longe de ser o pior aliado das pessoas caso seja usado de maneira consciente. Isso porque a modalidade passa a ter juros quando se deixa de pagar a fatura ou quando se parcela uma compra.

Nesse sentido, o CEO da Mobills diz que as pessoas devem entender, antes de mais nada, que “o cartão de crédito não é uma extensão da renda, mas um meio de pagamento”.

Com isso, é preciso seguir duas regras: a primeira delas é se comprometer a usar a modalidade de uma forma que sempre se consiga pagar a fatura cheia; a segunda, estar atento quando for parcelar – se possível, pague à vista, mas, se for preciso fazer o parcelamento, é necessário antes um planejamento.

“Usando dessa forma consciente, o cartão de crédito é o melhor mecanismo, pois não tem juros, mas se torna uma das piores modalidades quando a pessoa entra no rotativo”, diz o especialista em finanças pessoais.

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