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Carne clandestina apreendida em operação no AC era fornecida para escolas, diz MP


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Um dos açougues que foi alvo de operação contra a venda de carne clandestina fornece o produto para escolas tanto da rede municipal como estadual de ensino em Sena Madureira. A informação foi confirmada pelo Ministério Público do Acre (MP-AC).

A operação foi deflagrada, nesta quinta-feira (31), pelo Ministério Público do Acre (MP-AC) e Vigilância Sanitária. Na quarta (30), os órgãos tinham feito uma inspeção nos depósitos de merenda das escolas da cidade e flagraram irregularidades no armazenamento dos produtos.

Ao todo, quatro açougues da cidade do interior do Acre foram fiscalizados e cerca de 300 quilos de carne sem procedência foram apreendidos. Além disso, dois proprietários foram conduzidos à delegacia.

A ação ocorre após o órgão receber denúncias contra os quatro estabelecimentos que estariam comercializando carne clandestina na cidade.

O promotor de Justiça Luís Henrique Rolim, titular da promotoria cível de Sena Madureira, informou que a carne apreendida já foi inutilizada e vai ser jogada no lixão da cidade.

“Tudo que ocorreu hoje é deflagração de fiscalização de denúncias recebidas no tocante à carne clandestina, inclusive que estava sendo fornecida para as escolas municipais e estaduais. Essa carne, antes de ser destinada para o descarte no lixão, na frente dos proprietários, ela já foi inutilizada com água sanitária, para ficar bem claro que não será reutilizada”, disse o promotor.

Carne apreendida foi jogada no lixão de Sena Madureira — Foto: Divulgação/MP-AC

Carne apreendida foi jogada no lixão de Sena Madureira — Foto: Divulgação/MP-AC

Conforme o promotor substituto da Comarca de Manoel Urbano, Daisson Gomes, que também participou da ação, os proprietários conduzidos à delegacia devem ser denunciados por crime que tem pena de dois a cinco anos, além de multa.

“Os proprietários serão encaminhados à delegacia de polícia, uma vez que houve violação do artigo 7, inciso 9, da lei 8137/90, com pena de dois a cinco anos e multa. O MP vai continuar intensificando essas operações no sentido de coibir essa prática, sobretudo visando a saúde da população de Sena Madureira”, afirmou Gomes.

Educação nega receber carne clandestina

Ao G1, o secretário de Educação de Sena Madureira, Altemir Lira, informou que desconhece a denúncia e que a empresa que fornece a carne para as escolas apresenta toda documentação do produto.

Segundo ele, inclusive, há cerca de dois meses, as escolas têm recebido apenas peixes e frangos, porque a empresa que fornece a carne cobrou um valor “muito baixo” e não está conseguindo entregar o produto.

“O rapaz que entrega merenda para nós de forma que passava pela vistoria da Vigilância Sanitária, com veterinário que acompanha tanto no frigorífico como no açougue. Além disso, ele passa para nós a nota documentada, tudo direitinho”, afirmou o secretário.

A Secretaria de Educação do Acre, por meio da assessoria de imprensa, também informou que a informação do MP-AC não procede. Segundo o órgão, o fornecedor de todas as carnes que vão para as escolas da rede estadual tanto de Rio Branco como do interior do Estado é de um frigorífico que fica na capital.

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