Saúde
Câncer de próstata: O que é, como prevenir e diagnóstico
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Apesar de ser uma doença muito comum, muitos homens preferem não conversar sobre o câncer de próstata, um dos tipos de câncer mais frequentes no público masculino. O tabu, muitas vezes, tem origem no medo, na vergonha ou, até mesmo, no desconhecimento.
O maior problema dessa falta de diálogo sobre o assunto é a perda da chance de discutir informações importantes sobre a prevenção, o diagnóstico e o tratamento a fim de alertar sobre cuidados básicos que podem ser adotados no dia a dia para prevenir a doença e reduzir o seu progresso.
É exatamente sobre isso que vamos falar no artigo abaixo. Acompanhe!
O que é câncer de próstata?
O câncer de próstata se caracteriza por um tumor que surge na próstata, uma glândula localizada na parte inferior do abdômen, mais especificamente abaixo da bexiga e à frente do reto.
A próstata envolve a uretra, canal que liga a bexiga ao orifício externo do pênis, e, portanto, é responsável pela eliminação da urina. Além disso, a glândula também tem atuação no processo de produção do sêmen.
O câncer de próstata, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer, corresponde a 29,2% dos tumores incidentes no público masculino. Só no ano de 2020 (o último que consta no levantamento do instituto), foram registrados 65.840 novos casos da doença e 15.841 mortes decorrentes do câncer de próstata.
O câncer de próstata apresenta sintomas?
Um ponto de atenção muito importante em relação ao câncer de próstata é que, em sua fase inicial, a doença costuma ter uma evolução silenciosa. Ou seja, não apresenta sintomas.
À medida que a doença vai evoluindo, as células cancerígenas vão se proliferando na próstata e alguns sintomas costumam aparecer. Dificuldade de urinar, necessidade de urinar frequentemente e jato de urina fraco são alguns dos sinais observados nesse sentido. No entanto, esses sintomas podem ser confundidos com outras doenças, como a hiperplasia prostática benigna, que provoca o inchaço da glândula.
Em um estágio ainda mais avançado, o câncer pode se espalhar para outros órgãos. O mais comum nessa disseminação sanguínea é que a doença atinja os ossos e, é nesse estágio, que os pacientes começam a sentir dores ósseas. Infecção generalizada e insuficiência renal são consequências do estágio mais avançado da doença.
O mais importante é saber que quanto antes a doença for diagnosticada, maiores são as chances de cura — que podem chegar a 90%.
Como é feito o diagnóstico do câncer de próstata?
A confirmação do câncer de próstata é feita a partir de uma biópsia prostática, que pode ser feita via transretal ou transperineal e guiada por ultrassonografia ou ressonância magnética. É importante saber que a análise é indicada pelo médico em casos de alteração identificadas no PSA ou no toque retal.
O PSA é um exame de sangue que avalia a quantidade de Antígeno Prostático Específico (PSA) no organismo. Trata-se de uma proteína produzida pela próstata que, se estiver em níveis altos, pode indicar câncer de próstata ou outras doenças benignas da glândula.
O exame de toque retal, por sua vez, é um exame clínico realizado por um profissional de Urologia, por meio do qual é avaliado o tamanho, a forma e a textura da próstata. Isso é feito a partir da introdução do dedo, protegido por uma luva lubrificada, no reto e da palpação das partes posterior e lateral da próstata.
Quais são os fatores de risco para o câncer de próstata?
Por mais que a proliferação de células cancerígenas possa ocorrer com qualquer pessoa, existem alguns fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de próstata. E se engana quem pensa que a idade é o único desses fatores. Saiba mais:
Idade avançada
Sem dúvida, esse é o principal fator de risco para o câncer de próstata. Para se ter uma ideia, mais de 75% dos casos da doença no mundo foram identificados em pacientes com mais de 65 anos. Tanto a incidência quanto a mortalidade decorrente do câncer de próstata aumentam, significativamente, após os 50 anos.
Histórico familiar da doença
Há comprovação científica de que o câncer de próstata tem características hereditárias. Portanto, podemos afirmar que homens que têm casos na família de pessoas que tiveram câncer de próstata, especialmente antes dos 60 anos, fazem parte do grupo de risco para desenvolvimento da doença.
Alimentação irregular
Os hábitos alimentares também podem aumentar a chance de desenvolvimento do câncer de próstata. Já há comprovação científica, por exemplo, de que o consumo excessivo de gordura aumenta o risco de desenvolvimento do estágio avançado da doença.
Isso porque alimentos gordurosos estimulam a produção de substâncias que promovem mais agressividade às células cancerígenas, que podem se multiplicar em maior velocidade.
Obesidade
Um estudo publicado na BMC Medicine mostrou que, a cada 10 centímetros na cintura de um homem, os riscos de morte por câncer de próstata aumentam em 7%. Essa é uma prova de que a obesidade é um fator de risco para a doença.
O primeiro fator que justifica essa relação entre a obesidade e o câncer de próstata é que a gordura produz células cancerígenas, que podem atacar células saudáveis e promover o desenvolvimento da doença.
Como prevenir o câncer de próstata?
Tão importante quanto saber sobre os sintomas, os fatores de risco e o diagnóstico da doença é entender que prevenir o câncer de próstata é possível. Os métodos indicados pelos profissionais de saúde não só atuam na prevenção do câncer de próstata, como de muitas outras doenças.
A prevenção da doença é um tema tão importante que, desde 2003, ganhou um mês dedicado a ela, no mundo inteiro. Trata-se da campanha Novembro Azul, que visa chamar a atenção para a importância da prevenção e do diagnóstico de doenças que atingem o público masculino — entre elas, o câncer de próstata, como uma das principais.
A data é essencial para incentivar as discussões sobre o tema. Mas, vale lembrar: a prevenção precisa acontecer o ano todo.
Qual é o papel da alimentação na prevenção do câncer de próstata?
No caso do câncer de próstata, a alimentação ganha um peso bastante importante quando o assunto é prevenção. Já foi identificado, por exemplo, que o licopeno, nutriente presente em frutas vermelhas (como melancia, tomate e goiaba vermelha), é uma substância importante na prevenção do câncer de próstata.
Além disso, também é indicado o consumo regular e frequente de outros alimentos, como os vegetais crucíferos (couve e brócolis), que contém Indol 3 Carbinol. Essa substância diminui o estrógeno na circulação sanguínea e impede o aparecimento de células cancerígenas causado por questões hormonais, como é o caso do câncer de próstata.
Uma dica para potencializar os benefícios do consumo de alimentos de origem vegetal é o aproveitamento integral. Isso porque, geralmente, a gente costuma descartar algumas partes de vegetais, como a casca e as sementes, perdendo, assim, ingredientes com grande valor nutricional.
Para se ter uma ideia, estima-se que o consumidor brasileiro aproveita apenas 40% das frutas e das hortaliças. E isso acontece pela falta de orientação sobre o uso dos talos, das sementes e das cascas.
Pensando nisso, a PROTESTE, por meio da Escola do Consumo, idealizou e criou o curso Aproveitamento integral dos alimentos. Ministrado pela nutricionista Fernanda Taveira e com duração aproximada de 2 horas, o curso é 100% gratuito e online e pode ser feito por qualquer pessoa interessada no tema.
Quais são os tratamentos disponíveis para o câncer de próstata?
O tratamento adotado para o câncer de próstata pode variar de paciente para paciente. No estágio inicial da doença, geralmente opta-se por uma cirurgia para a retirada do tumor, radioterapia ou observação vigilante. Em casos mais avançados, a radioterapia costuma se fazer mais necessária e pode ser combinada com um tratamento hormonal.
A escolha do melhor tratamento será feita pelo médico especializado, que vai estudar os riscos, os benefícios e os potenciais resultados de cada opção para o paciente. Vale ressaltar que todas as modalidades de tratamento mencionadas são oferecidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Mesmo que o tratamento seja indicado pelo médico, o paciente e seus familiares devem se informar sobre a doença.
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