Agronegócios
Café: Sabor de boa colheita
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A colheita de café no Brasil é sempre um momento especial que nos remete à importância histórica de um dos mais amados grãos do mundo todo. É por isso que a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo realiza todos os anos o Sabor da Colheita, um evento aberto à população na Capital onde todos podem ter a experiência de colher café direto do pé.
Realizamos a 13ª edição deste evento no último dia 24, no Instituto Biológico (IB), idealizador da iniciativa ao lado das entidades paulistas de café. Mais uma vez foi momento de reunir pais e filhos, crianças e idosos, diferentes gerações de pessoas que puderam ter um contato mais próximo com um dos maiores cafezais urbanos do Brasil.
São cerca de dois mil pés de café cultivados em uma área de 10 mil metros quadrados. O cafezal é composto pelas variedades Mundo Novo e Catuaí, desenvolvidas pelo Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria, variedades que estão presentes em 90% do parque cafeeiro brasileiro.
Ainda mais valorosa será a destinação de parte dos grãos colhidos pela população no Sabor da Colheita: será beneficiada, torrada e encaminhada ao Fundo Social de Solidariedade do Estado de São Paulo (Fussesp), que distribuirá a entidades assistenciais do Estado. Em 2017, o IB doou 214 quilos de café arábica, divididos em 856 pacotes de 250 gramas.
É preciso lembrar que a reconhecida qualidade do café paulista foi impulsionada graças ao trabalho desenvolvido há mais de 90 anos pelo Instituto Biológico. A instituição foi responsável pela introdução da vespa Prorops nasuta, de Uganda em cafeeiros no Estado de São Paulo. Foi uma das primeiras ações de controle biológico do Brasil.
A pesquisa realizada pelo Instituto Biológico é muito importante para o café no Estado. Graças à contínua dedicação de instituições como o IB, podemos saborear o café todos os dias.
A Secretaria olha atentamente para o café também por meio da Câmara Setorial do Café. Há mais de 15 anos, a Câmara realiza regiões regionais, disseminando conceitos técnicos corretos que abrangem toda a preparação pré e pós colheita e resultaram em melhoria de qualidade e uma imagem reconhecida nacional e internacionalmente.
O café que acolhe e reúne pessoas é também de grande importância econômica, social e ambiental. A safra brasileira de café 2018/2019, que está em processo inicial de colheita, deve atingir recorde e ficar em 60,5 milhões de sacas de 60 quilos.
A bienalidade positiva para o arábica, a retomada da safra de conilon e o clima favorável à granação nesse início de 2018 sustentam o otimismo produtivo no Brasil. E as notícias são ainda melhores: a safra 2017/18 já foi revisada para cima para 50,6 milhões de sacas, um aumento de 20% na produção 2018/2019 contra 2017/2018, segundo consultorias.
A colheita de café nas lavouras de São Paulo deve somar 318 mil toneladas na safra 2017/2018, ou 5,3 milhões de sacas de 60 quilos, alta de 17,7% ante as 270,2 mil toneladas, ou 4,5 milhões de sacas, da safra passada.
Os dados são da primeira estimativa para a cultura do Instituto de Economia Agrícola (IEA) da Secretaria. A área com a cultura deve recuar 0,3%, para 210,9 mil hectares, e a produtividade crescerá 18,2%, para 1,591 toneladas por hectare.
O consumo interno da bebida hoje chega a 21,5 milhões de sacas. Até 2021, o consumo aumentará para 25 milhões de sacas, superando os Estados Unidos, país que lidera o consumo mundial. E é importante que a sociedade venha colher o café e conheça como se fazia e faz a agricultura paulista.