Agronegócios
Cachaça, queijo Canastra… veja os 36 produtos brasileiros que serão protegidos no comércio com União Europeia
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O acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeiaprevê proteção para 36 produtos tipicamente brasileiros, segundo o Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento.
Lembrando que o texto ainda é preliminar e deve passar por revisões. O acordo ainda não está em vigor e ainda depende da aprovação de todos os países envolvidos no pacto.
Entre os produtos estão a cachaça, o queijo Canastra, a linguiça Maracaju e o café Alto Mogiana (veja a lista completa ao fim da reportagem).
A medida reconhece a indicação geográfica dos produtos tipicamente brasileiros e garante que não sejam reproduzidos em outros países, ou seja, ficam protegidos de imitações.
Isso significa, por exemplo, que o único queijo Canastra que poderá ser vendido na União Europeia será o queijo da região da Serra da Canastra (MG).
No acordo, os países do Mercosul também concordaram em garantir o mesmo tipo de proteção a produtos tipicamente europeus, como o vinho da região de Champagne, na França.
Os europeus destacaram ainda que, pelo acordo, serão proibidas expressões como “tipo”, “estilo” e “imitação”.
As indicações geográficas têm como objetivo a valorização de produtos tradicionais.
Há dois tipos:
- indicação de procedência (IP): se refere ao nome de um país, cidade ou região conhecida como centro de produção de determinado produto;
- denominação de origem (DO): reconhece um país, cidade ou região cujo produto tem certas características específicas graças a seu médio geográfico.
Na lista de 36 produtos brasileiros que conseguiram proteção, sete são por denominação de origem, entre eles o café da região do Cerrado Mineiro, os vinhos e espumantes do Vale dos Vinhedos.
Veja a relação completa e o tipo de proteção:
- Açafrão de Mara Rosa (Indicação de Procedência)
- Arroz do Litoral Norte Gaúcho (Denominação de Origem)
- Cacau de Linhares (DO)
- Cachaça
- Cachaça da Região de Salinas (IP)
- Cachaça de Microrregião Abaira (IP)
- Cachaça de Paraty (IP)
- Café Alta Mogiana (IP)
- Café da Região da Serra da Mantiqueira de Minas Gerais (DO)
- Café da Região de Pinhal (IP)
- Café da Região do Cerrado Mineiro (DO)
- Café de Norte Pioneiro do Paraná (IP)
- Cajuína do Piauí (IP)
- Camarão da Região da Costa Negra (IP)
- Carnes do Pampa Gaúcho da Campanha Meridional (IP)
- Doces Finos de Pelotas (IP)
- Erva-Mate de São Matheus (IP)
- Farinha de mandioca de Farroupilha (IP)
- Goiaba de Carlópolis (IP)
- Inhame de São Bento de Ucrânia (IP)
- Linguiça de Maracaju (IP)
- Mel de Ortigueira (DO)
- Mel do Oeste do Paraná (IP)
- Mel do Pantanal (IP)
- Melão de Mossoró (IP)
- Própolis verde da Região da Própolis verde de Minas Gerais (DO)
- Própolis vermelho de Manguezais de Alagoas (IP)
- Queijo Canastra (IP)
- Queijo de Serro (IP)
- Uvas de Marialva (IP)
- Uvas e mangas do Vale do Submédio São Francisco (IP)
- Vinho branco, espumante e licoroso de Farroupilha (IP)
- Vinhos e espumantes Altos Montes (IP)
- Vinhos e espumantes de Monte Belo (IP)
- Vinhos e espumantes do Pinto Bandeira (IP)
- Vinhos e espumantes do Vale dos Vinhedos (DO)
Segundo o Ministério da Agricultura, a lista inicial de pedidos do Brasil tinha 55 indicações geográficas. O ministério afirmou que as indicações não reconhecidas decorrem do fato de que a União Europeia “não tem em seu arcabouço jurídico as indicações geográficas de artesanatos, minerais e serviços, apenas produtos agroalimentares”.
Ao todo, serão protegidos 220 produtos do Mercosul, disse a Comissão Europeia no resumo que publicou do acordo. Em contrapartida, o bloco vai reconhecer 355 indicações geográficas europeias, segundo o Ministério das Relações Exteriores.
O ministério destacou ainda que o acordo abre a possibilidade de tramitação mais ágil do processo de reconhecimento de novas indicações geográficas brasileiras.