Agronegócios
Brasil vai plantar e colher mais feijão
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Segundo a 1ª estimativa da safra 2021/22 divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a safra de feijão será maior. Em relação a área plantada o acréscimo deve ser de 0,3%, somando 2.946 milhões de hectares. A produtividade esperada é de 1.009 kg/ha (+2,8%) e a produção estimada é de 2.973 milhões de toneladas (+3,1%).
A cultura é considerada de ciclo curto e, por isso, apresenta uma vantagem para o produtor, que consegue adequar o seu plantio dentro de uma janela menor, sem ter que abrir mão da produção de outros grãos ainda no mesmo ano-safra. Nesse cenário, o Brasil possui três épocas distintas de plantio, favorecendo uma oferta constante do produto ao longo do ano. Dessa forma, tem-se o feijão de primeira safra semeado entre agosto e dezembro, o de segunda safra cultivado entre janeiro e abril e o de terceira safra semeado de maio a julho.
O estoque inicial para o ano-safra 2021/2022, cerca de 155,2 mil toneladas, é considerado baixo para o abastecimento do mercado até o final deste ano de 2021. Assim, para complementá-lo, durante o período em questão, o mercado ficará na dependência da produção de São Paulo, único estado que concentra a sua colheita (1ª safra), entre os meses de novembro e dezembro. A produção paulista está estimada em 110,4 mil toneladas, praticamente o mesmo volume registrado na safra anterior. Com exceção dos demais estados, São Paulo tem a maior parte da produção obtida por meio de irrigação, no entanto, muitos produtores cultivam em regime de sequeiro, mas até mesmo nas áreas irrigadas podem ocorrer problemas, em razão das adversidades climáticas.
Desta forma, a expectativa é de que os preços continuem elevados em novembro e dezembro, com possibilidade de elevações, caso ocorram reduções na produção. As colheitas de estados com relevância no cultivo, como Minas Gerais, Paraná e Goiás se concentram entre os meses de janeiro e fevereiro, que, somadas à produção de outros estados produtores, elevará, sobremaneira, a oferta, com os preços tendendo a recuar.
Em se tratando da balança comercial, a redução nas importações é reflexo da forte valorização do dólar frente ao real. Ainda, há de se ressaltar que, neste ano, esperava-se uma expressiva queda no volume a ser importado, mas as adversidades climáticas ocorridas no Sul do país, nas duas safras, comprometeram cerca de 130 mil toneladas de feijão comum preto.
Nos meses de janeiro a agosto de 2021 foram importadas 51,8 mil toneladas, isto é, 4,6 mil toneladas a menos que os números registrados no mesmo período de 2020. Quanto às exportações, de janeiro a agosto/21 foram exportadas 133,0 mil toneladas, 36,5 mil toneladas acima das 96,5 mil toneladas registradas no mesmo período de 2020. Neste cenário, partindo-se do estoque inicial de 155,2 mil toneladas, o consumo em 2,9 milhões de toneladas, as importações em 100,0 mil toneladas, e as exportações em 170,0 mil toneladas, o resultado será um estoque de passagem da ordem de 158,2 mil toneladas.
Nesta temporada 2021/22, que se inicia, a expectativa para o primeiro ciclo é de destinação de área para o plantio de feijão na ordem de 916,8 mil hectares, contabilizando os cultivos de feijões do tipo comum cores, comum preto e caupi.
Agrolink.com.br