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Brasil tem 15 bilhões de ataques virtuais em três meses. Proteja-se
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O DIA – Os piratas virtuais têm feito do Brasil um oásis para crimes cibernéticos. Em apenas três meses o país sofreu 15 bilhões de tentativas de ataque cibernético, alerta a Fortinet, empresa de segurança cibernética. E a principal porta de entrada dos ataques é o smartphone, aponta a companhia. Evitar clicar em links desconhecidos, inclusive por email, manter o antivírus atualizado, não compartilhar mensagens que não conheça procedência, desconfiar de promessas, como liberação de dinheiro e pedido de confirmação de dados são as principais dicas de especialistas em segurança cibernética.
As ameaças, segundo a Fortinet, estão crescendo em um ritmo alarmante em quantidade e sofisticação no Brasil. “A questão não é mais ‘o que fazemos se sofrermos um ataque cibernético’, mas ‘o que fazemos quando sofremos um ataque cibernético'”, afirma Frederico Tostes, executivo da empresa no Brasil.
E qual a saída diante de tantas ameaças virtuais? Segundo a Fortinet, é preciso repensar as atuais estratégias de segurança cibernética e conscientizar as pessoas dos riscos dos ataques virtuais.
Há poucos dias usuários de WhatsApp, por exemplo, foram vítimas de hackers, que utilizaram a liberação de parte do FGTS para atrair vítimas e roubar dados. “O objetivo desse golpe é induzir o usuário a conceder permissão para receber futuras notificações com outros golpes diretamente no celular, abrindo um canal direto de comunicação entre o cibercriminoso e a vítima”, acrescentou Emilio Simoni, diretor do dfndr lab.
País ainda está vulnerável a ataques
O estudo da Fortinet, feito a partir de clientes e dados fornecidos por empresas, detectou que o Brasil segue sendo um alvo mundial importante para criminosos cibernéticos e que ainda está bastante vulnerável a ataques antigos como os usados com o malware Wannacry, em 2017.
Esse ataque restringe o acesso ao sistema infectado com uma espécie de bloqueio e cobra um resgate em criptomoedas (como em um sequestro) para que o acesso do usuário possa ser restabelecido.
Para se ter uma ideia, esse ataque na Europa afetou 230 mil sistemas em organizações como telefônicas, empresas de transportes, organizações governamentais, bancos e universidades e o Serviço Nacional de Saúde britânico. A Europol, na época, qualificou o seu impacto como “sem precedentes”.
De acordo com o levantamento, cerca de 33% dos ataques maliciosos (malware) detectados no Brasil são por vírus com características troianas que afetam computadores com o sistema operacional Windows.
Esse verme virtual explora senhas de administrador fracas para se espalhar pela rede de uma vítima. Ele é projetado para roubar detalhes de banco online de um usuário.
Entenda o que são vírus, vermes e cavalos de Troia
Os nomes das pragas cibernéticas são são “diferentões” e muita gente faz confusão do que é cada coisa. Para dar uma luz ao leitor, O DIA consultou especialistas e pegou umas dicas. Eles explicam que, embora considerados a mesma coisa, vírus e worms (ou vermes) são diferentes. Para piorar, no caldeirão virtual tem um outro tipo de praga chamada de “cavalo de Troia” ou, simplesmente, trojan. Todos são pragas virtuais e “infectam” o computador da vítima e causam algum tipo de dano ou prejuízo.
Um verme digital é um programa completo. Tudo o que ele precisa para funcionar, todas as tarefas e funções que vai desempenhar estão programadas dentro dele. Já um vírus, de modo geral, é apenas um trecho de código que reprograma software existente para subverter sua utilidade. Se um vírus precisa gravar um arquivo, por exemplo, basta usar as rotinas de acesso a disco que o próprio programa infectado possui.
Um worm, sendo um programa completo, é muito difícil de ser embutido em outro de forma discreta. Além disso, precisa ser executado pela vítima para funcionar. Os vírus não precisam “ser executados” porque ele “moram” dentro de programas válidos.
Tecnicamente, cavalos de Troia seriam os arquivos “normais” que um vírus ou worm usaria para se esconder. O nome remete à famosa história da Guerra de Tróia, em que os gregos presentearam os troianos com um cavalo de madeira recheado de soldados, o que facilitou a invasão da cidade. As empresas de antivírus, para facilitar a classificação, chamam esse tipo de vírus de “trojans”, mesmo que na verdade o cavalo de Troia seja o software que carrega o vírus e não o próprio vírus.
Um cavalo de Troia pode ser, por exemplo, um filme ou um programa pirata que, em seu interior, carrega um vírus. É necessário que o usuário deixe voluntariamente o “cavalo” entrar em seu computador. O melhor meio de levar a vítima a instalar um verme, vírus ou trojan é colocar os vírus dentro de programas pirateados.
Em primeiro lugar, a melhor maneira de evitar a infecção é ficar longe de programas piratas. Isso inclui antivírus piratas, que podem eles mesmos, ironicamente, serem vetores de infecção. Um antivírus pirata (e infectado) vai funcionar muito bem para os outros vírus, mas vai esconder o que o infecta. Qualquer programa pirata, incluindo o sistema operacional, deve ser evitado.