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Brasil e Etiópia conjugam esforços para melhorar a qualidade de solos degradados


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Experiência brasileira com a transformação dos solos do Cerrado na década de 1970 será usada para recuperar solos etíopes.

P U B L I C I D A D E

A Embrapa Solos, unidade de pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) no Rio de Janeiro, RJ, e o Instituto Etíope de Pesquisa Agrícola (EIAR, da sigla em inglês) vão dar início a um projeto de cooperação técnica para elevar o potencial produtivo dos solos daquele país a partir da correção da acidez. A parceria, que conta com o suporte da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), vai disseminar boas práticas de calagem – processo de preparo do solo para cultivo agrícola no qual se aplica calcário para neutralizar o alumínio tóxico e elevar os teores de cálcio e magnésio.

Hoje (15/08) pela manhã, uma equipe de quatro cientistas do EIAR (FOTO) se reuniu com pesquisadores da Embrapa Solos para discutir detalhes da cooperação. Segundo os representantes etíopes, a área de solos degradados no país chega a 44%. O chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Solos, Vinícius Benites, explica que a parceria visa corrigir o alto nível de acidez dos solos africanos a partir da utilização de boas práticas de calagem.

“Primeiro, vamos identificar as fontes de calcário na Etiópia, trazer amostras para caracterizar no Brasil e, depois, determinar as curvas de resposta à calagem para desenvolver um sistema de recomendação”, explica Benites. Segundo ele, esses estudos permitem identificar as melhores fontes de calcário. “A calagem permite um potencial de ganho superior a 300%”, complementa o chefe de P&D.

Experiência de sucesso no Cerrado brasileiro vai embasar cooperação com a Etiópia

 

Esse processo foi determinante para a transformação dos solos do Cerrado na década de 1970. Considerado improdutivo e com baixo potencial de aproveitamento agrícola, o bioma é hoje um dos mais pujantes do agronegócio brasileiro. Benites acredita que os resultados sejam igualmente positivos no país africano, já que as condições climáticas e de solos são similares.

Após essa fase, a tecnologia será transferida para pesquisadores e técnicos etíopes, que atuarão como multiplicadores no país.

Outras ações da Embrapa Solos na África

A parceria com o EIAR representa o início de uma rede de pesquisa em continente africano, uma vez que a unidade já possui atividades previstas em Uganda, Tânzania e Cana. Trata-se do projeto “Linking knowledge to Action: Co-developing best-bet options for integrated soil fertility management, increased profitability and poverty reduction in agricultural landscapes of Africa”, parte da plataforma Marktplace/M-BoSs.

Segundo a pesquisadora Ana Paula Turetta, o projeto objetiva a expansão e validação do uso da ferramenta participativa InPaC-S para a capacitação de profissionais agrícolas de instituições nacionais importantes nos países integrantes do projeto, tendo em vista integrar o conhecimento local e técnicos referentes aos indicadores de qualidade do solo para um manejo eficiente da fertilidade do solo.

O guia da metodologia pode ser baixado gratuitamente aqui.

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