Bolsonaro tenta garantir foro privilegiado a Pazuello antes de nomear novo ministro da Saúde – Jornal O NORTÃO
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Bolsonaro tenta garantir foro privilegiado a Pazuello antes de nomear novo ministro da Saúde


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  • Anunciado há uma semana, novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ainda não tomou posse como chefe da pasta

  • Governo estuda novo cargo para o ainda ministro Eduardo Pazuello para manter o foro privilegiado e evitar que investigações sobre responsabilidade na condução na pandemia da Covid-19 desçam para primeira instância
  • Entre as ideias cogitadas, está elevar a Secretaria de Assuntos Estratégicos ao status de ministério

Uma semana após o anúncio de sua chegada como novo ministro da Saúde do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o cardiologista Marcelo Queiroga ainda não assumiu oficialmente a pasta. O duplo comando no ministério tem gerado críticas entre governadores, ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e também secretários de saúde dos Estados.

A situação, que acontece na semana em que o Brasil registrou recordes de mortes, internações e lotação nas UTIs, ocorre porque o governo busca proteger a imagem de Pazuello.

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Segundo fontes do Planalto, Bolsonaro tenta negociar um novo cargo para o general, visando manter o foro privilegiado dele, evitando que Pazuello seja investigado em primeira instância.

O ainda ministro é alvo de inquérito no STF que apura sua responsabilidade na condução na pandemia da Covid-19. Ou seja, perder o foro privilegiado, fora do ministério, o inquérito deve descer para a primeira instância.

Além disso, Pazuello, que é General do Exército na ativa, está desgastado junto aos militares, que veem sua atuação à frente da Saúde como um desastre para a imagem da força.

Novo cargo para o general

Diante disso, o Planalto discute uma saída que garanta a manutenção do foro privilegiado a Pazuello. Entre as ideias cogitadas, está elevar a Secretaria de Assuntos Estratégicos ao status de ministério.

De acordo com o G1, o atual comandante da pasta, o Almirante Rocha, resiste à ideia mesmo ela sendo apoiada por militares do governo.

Ainda segundo o jornal, outro plano em discussão é a criação do ministério extraordinário da Amazônia. No entanto, a ideia tiraria os poderes do vice-presidente Hamilton Mourão. A relação entre Bolsonaro e o vice vive crise por divergências dentro do Planalto. Hoje, Mourão chefia o Conselho Nacional da Amazônia.

Pazuello, que é General do Exército na ativa, está desgastado junto aos militares, que veem sua atuação à frente da Saúde como um desastre para a imagem da força (Foto: AP Photo/Eraldo Peres)

Novo ministro da Saúde enfrenta críticas

Enquanto não encontram uma logística ideal, o novo minsitro da Saúde já enfrente críticas por causa das primeiras declarações. Há, inclusive, reclamações dentro do próprio governo Bolsonaro.

Na noite em que foi anunciado como novo ministro, na segunda-feira passada (15), Queiroga afirmou que lockdown só deve ser aplicado em “situações extremas” e “não pode ser política de governo”.

“Esse termo de lockdown decorre de situações extremas. São situações extremas em que se aplica. Não pode ser política de governo fazer lockdown. Tem outros aspectos da economia para serem olhados”, afirmou Queiroga.

Na quinta (18), Queiroga disse, em frente ao Palácio do Planalto, que a vacina não vai reduzir as mortes de Covid-19 “no curto prazo” e que é preciso fazer distanciamento social e melhorar a qualidade de assistências na UTI.

“A gente tem que criar as condições de melhorar a assistência hospitalar, sobretudo nas UTIs” disse o médico, ao chegar no Planalto, após ser questionado sobre o recorde no número de óbitos. “A vacina, como sabemos, não vai resolver a curto prazo esses óbitos. O que resolve? Política de distanciamento social inteligente e melhorar a qualidade de assistência nas unidades de terapia intensiva”.

Neste fim de semana, ele chegou a dizer que iria visitar hospitais para realmente ver se pacientes estavam morrendo de Covid-19 no Brasil.

Maior colapso sanitário da história

O Brasil vive o maior colapso sanitário da história do país, segundo a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). A instituição divulgou a informação no Boletim do Observatório Covid-19 na última terça-feira, 16.

A conclusão foi baseada na análise dos dados de secretarias estaduais de Saúde e também do Distrito Federal. O índice de ocupação de leitos e Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é crítico e o sistema hospitalar está perto do colapso em todo o país.

Na ocasião, entre as 27 unidades da federação, 24 estados e o DF estavam com ocupação de leitos de UTI acima dos 80%. Entre esses estados, 15 tinham ocupação maior que 90%. Roraima (73%) e Rio de Janeiro (79%) eram as únicas duas unidades da federação com índices mais baixos.

No entanto, esses índices podem ter piorado já que os casos da doença não param de aumentar. Para se ter ideia, em São Paulo, foram registradas 135 mortes de pessoas que aguardavam transferência para uma UTI nos últimos dias.

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