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Mato Grosso

Blitz com sistema leitor de placas ‘desaparece’ após ação em região nobre; governo ainda paga aluguel


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As operações feitas com os OCR, aparelhos que fazem a leitura automática de placas, desapareceram das ruas de Cuiabá. Após diversas polêmicas, as blitzes não foram mais realizadas nos mesmo moldes. Agora, os equipamentos que tem um custo de R$ 25 mil mensais para o Estado, estão sendo empregados nos trabalhos diários das polícias Civil e Militar, segundo a Secretaria de Segurança Pública (Sesp).
 
Uma fonte ouvida pelo Olhar Direto apontou que as blitzes tiveram fim após a polêmica operação chegar em uma região nobre da capital mato-grossense. A última delas aconteceu no mês de março deste ano, em um das saídas de Cuiabá, em direção ao Distrito de Nossa Senhora da Guia, uma região onde existem diversos condomínios de luxo.
 
Em nota, a Sesp informou que o último modelo de Operação Integrada de Trânsito foi abortado, ainda no mês de março de 2018, e, desde então, os kits permaneceram sob a cautela da Polícia Judiciária Civil e Polícia Militar, nas suas fiscalizações policiais diárias e de trânsito, com emprego nas ações de segurança de tráfego. “Acrescentamos que a utilização rotineira pelas instituições de segurança não inviabiliza o contrato de locação dos equipamentos”.
 
A pasta ainda acrescenta que todas as operações foram realizadas de forma integrada pelas instituições de Segurança e com aplicação de diversas metodologias, pois ocorreram dificuldades em relação à remoção dos veículos abordados e outras demandas e necessidades institucionais de cada participante.
 
“Sempre houve um grande índice de inadimplência, e, em virtude das medidas administrativas necessárias (remoção veicular), que dificultaram a estrutura logística necessária para operação, dificultando nossa missão, inclusive na identificação de veículos roubados, furtados ou ainda com envolvimento em outros crimes”, aponta outro trecho da nota.

Novo formato
 
Um novo formato de blitzes deve ser implantado, ainda com o uso dos aparelhos que possuem o sistema de leitura automática de placas. Porém, a utilização permanece sendo feita pelo Batalhão de Trânsito da Polícia Militar e pela Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (Deletran).
 
Além disto, o aluguel mensal de R$ 25 mil continua sendo pago pelo Governo do Estado, já que existe um contrato em vigência.
 
Os bloqueios com utilização de OCR, denominados Operações Integradas de Trânsito, tiveram início no final de 2017, com a realização de quatro operações na capital. Em 2018, essas operações foram realizadas em outros cinco municípios.

Período eleitoral
 
A pasta ainda negou que o período eleitoral tenha motivado a suspensão das blitzes com os sistemas OCRs. “As multas são originadas de diferentes fontes, não somente com a utilização de OCR. A fiscalização permanece sendo feita de forma individualizada pelas instituições da Segurança Pública”.
 
Vale lembrar que, na época em que as blitzes começaram a ser feitas, diversos condutores da capital mato-grossense reclamaram da ação. Vários veículos foram apreendidos por estarem irregulares.
 
Em uma das blitzes, realizada em janeiro deste ano, na avenida Arquimedes Pereira Lima (Estrada do Moinho), em Cuiabá, foram 65 veículos abordados, 58 autuados e 42 removidos para regularização. Dos 940 veículos que passaram pelo local 119 foram identificados com irregularidades.
 
Sistema OCR
 
O OCR (Optical Character Recognition) [tecnologia de leitura ótica de caracteres] é capaz de ler várias placas em um curto espaço de tempo, auxiliando as autoridades a fiscalizar o transito de maneira eficaz. O equipamento checa, de maneira veloz, se o veículo é produto de roubo/furto ou tem alguma irregularidade que não o permita circular. As informações são recebidos em um tablet pelos agentes de segurança pública.

A Sesp já possui três pontos de câmeras OCR. Diariamente, em horários de pico, as câmeras captam 300 placas de veículos por minuto. No ano passado, apenas nos primeiros dez meses, De janeiro a 20 de outubro dos 2.950 carros roubados ou furtados, 2.635 foram recuperados.

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