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Blairo Maggi participa da 86ª. Sessão da Organização Mundial de Saúde Animal – OIE em Paris; Veja seu discurso na íntegra


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O ministro Blairo Maggi (Agricultura, Pecuária e Abastecimento), que se encontra em missão oficial  há 10 dias na Turquia e China, onde na última sexta –feira(18), esteve com o ministro da Agricultura de Hangzhou e discutiu sobre biotecnologia. A China é o segundo maior mercado consumidor e importador de todo o mundo e importará mais de US$ 10 trilhões nos próximos 5 anos.

O ministro e comitiva já estão em Paris, onde participaram da cerimônia oficial de entrega da certificação sanitária pela OIE ao Brasil, de país livre da febre aftosa com vacinação, exceto o estado de Santa Catarina, que já é livre sem vacinação.

Em seu discurso, Maggi falou sobre Brasil livre de febre aftosa, pois na próxima quinta-feira (24), o Brasil receberá oficialmente o certificado.  Blairo Maggi terá também uma reunião Bilateral com Ministro da Agricultura da França Stéphane Travert. “ Vou tratar de mercado e falar sobre a posição dura da França contra o Brasil na União Européia. De hoje à quinta minha agenda será aqui na França”. Disse o ministro brasileiro via mensagens de whatsapp.


Biotecnologia entra na pauta de negociações com a China

Vídeo: Blairo Maggi participa da abertura de uma das maiores feiras de alimentos do mundo na China


Leia o discurso do Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, durante a 86ª. Sessão da Organização Mundial de Saúde Animal – OIE – Paris, 20 de maio de 2018 


Blairo Maggi
durante seu discurso na cerimônia oficial de entrega da certificação sanitária pela OIE

Primeiramente, gostaria de manifestar minha honra e felicidade em participar da  Assembleia Geral da OIE, como Ministro da Agricultura, Pecua?ria e Abastecimento do Brasil num momento histo?rico para nosso Pai?s: a esperada conquista do reconhecimento, pela OIE, da u?ltima regia?o do Brasil como zona livre de febre aftosa com vacinac?a?o. Agora teremos, finalmente, todo o “Brasil Livre de Aftosa”.

O novo status sanitário concedido por esta renomada Organizac?a?o, representa o reconhecimento da vito?ria de uma longa e dura trajetória de muitas dedicação de pecuaristas e do setor veterinário oficial brasileiro. motivo de muito orgulho dos brasileiros que lutaram e lutam para o bem do Brasil.

Parafraseando o pensador Jean Cocteau: “Na?o sabendo que era impossi?vel, no?s brasileiros fomos la? e fizemos”.

Quando, no ini?cio da luta contra a febre aftosa, num pai?s com o tamanho e as diversidades do Brasil, antigo importador de carne e leite ate? a de?cada de 90, em que milhares de focos da doenc?a acometiam nossos rebanhos todos os anos, decidiu-se erradicar uma doenc?a da importa?ncia e gravidade da febre aftosa, e se tornar o maior exportador de carnes do mundo, muitos na?o acreditavam e diziam que era impossi?vel, que nunca conseguiri?amos. Mas, conseguimos!

E conseguimos grac?as a muito esforc?o, trabalho, conhecimento, dedicac?a?o e luta de gerac?o?es de te?cnicos, produtores rurais e gestores, sempre pautados pelos princi?pios, diretrizes e recomendac?o?es da OIE, da qual nos orgulhamos de ser um dos membros fundadores.

Hoje, podemos anunciar que o “Brasil esta? livre de Febre Aftosa” e recebe seu u?ltimo certificado de zona livre de febre aftosa com vacinac?a?o da Organizac?a?o Mundial de Sau?de Animal, a OIE. O povo brasileiro se sente orgulhoso com essa histo?rica conquista. Sabemos dos desafios que temos pela frente de ampliar as nossas zonas livres de febre aftosa sem vacinac?a?o e ja? estamos trabalhando para isto.

O setor agropecua?rio brasileiro e? essencial para economia do Pai?s e tem garantido resultados expressivos na balanc?a comercial, na gerac?a?o de emprego e renda, e contribui?do para o controle da inflac?a?o e melhoria das condic?o?es de vida de sua população.

Em 2017, somente a pecua?ria representou um Valor Bruto da Produc?a?o (VBP) de 175,7 bilho?es de reais. No mesmo peri?odo, apenas o complexo carnes teve um crescimento nas exportac?o?es da ordem de 8,9%, atingindo um volume de 15,5 bilho?es de do?lares. E ainda temos potencial para crescermos muito mais no mercado internacional, pois exportamos somente uma pequena parte da nossa produc?a?o de bovinos e sui?nos.

Esse crescimento das exportac?o?es brasileiras se deve, ale?m da inquestiona?vel qualidade e competitividade dos nossos produtos, sobretudo a? melhoria da condic?a?o sanita?ria do rebanho nacional.

Nesse cena?rio, destaca-se a vito?ria contra a Febre Aftosa, doenc?a que intimida a todos os pai?ses e restringe a abertura e manutenc?a?o de mercados dos produtos pecua?rios. A evoluc?a?o na condic?a?o sanitária do controle e erradicação da febre aftosa e? grande responsa?vel pela valorizac?a?o dos nossos produtos pecua?rios nos mais diversos mercados. 

O Brasil iniciou o combate organizado a? febre aftosa ainda na de?cada de 60, por meio de campanhas de vacinac?a?o em algumas regio?es. Naquela e?poca, a doenc?a se manifestava de forma ende?mica com milhares de focos por ano. Era um verdadeiro caos sanita?rio. Mas, na de?cada de 90, as estrate?gias de combate a? doenc?a foram alteradas, mudando-se do controle para erradicac?a?o da doenc?a em todo o Pai?s, com a reformulac?a?o do Programa Nacional de Erradicac?a?o da Febre Aftosa – PNEFA.

Foram muitos anos de aplicac?a?o de conhecimentos e descobertas, dedicac?a?o de te?cnicos qualificados, muita luta de produtores rurais e empreendedores, trabalhando-se de forma coordenada e compartilhada, o Governo Federal, governos estaduais e setor privado, todos imbui?dos do objetivo de tornar o Brasil livre da Febre Aftosa.

Esse processo envolveu ainda aplicac?a?o de muitos recursos, investimentos na capacidade dos servic?os veterina?rios oficiais, na vigila?ncia e em campanhas de vacinac?a?o.

O reconhecimento agora, pela OIE, do pleito brasileiro de ampliac?a?o da zona livre de febre aftosa com vacinac?a?o, envolvendo os estados do Amazonas, Amapa?, Roraima e parte do estado do Para?, completa um ciclo.

Considero este, um momento de grande releva?ncia. Essa conquista, cujo certificado internacional e? conferido ao Brasil na 86a Sessa?o Geral da OIE, coroa o “Brasil Livre de Aftosa”, encerrando um ciclo de lutas e abrindo as portas para novas conquistas e desafios que vira?o e certamente venceremos.

Sem du?vidas, e? o cumprimento de uma etapa importante e um marco histo?rico do processo de erradicac?a?o da doenc?a na Ame?rica do Sul, e de valorizac?a?o do patrimo?nio pecua?rio nacional e regional.

Temos muito a comemorar e homenagear todos que lutaram nessa batalha. Mas o desafio na?o termina aqui.

Ano passado o Mapa lanc?ou o Plano Estrate?gico do PNEFA para os pro?ximos 10 anos. O Plano tem como objetivo: criar e manter condic?o?es sustenta?veis para garantir o status de pai?s livre da febre aftosa e ampliar as zonas livres sem vacinac?a?o, protegendo o patrimo?nio pecua?rio nacional e gerando o ma?ximo de benefi?cios aos atores envolvidos e a? sociedade brasileira.

Nosso novo grande desafio sera? enfrentar a etapa final do processo de erradicac?a?o da doenc?a em nosso pai?s e na Ame?rica do Sul, ampliar nossas zonas livres sem vacinac?a?o, e, em especial no Brasil, alcanc?ar a condic?a?o de PAI?S LIVRE DE FEBRE AFTOSA SEM VACINAC?A?O. Assim, esperamos seguir contribuindo com a Erradicac?a?o da Febre Aftosa no mundo e oferecendo aos mercados produtos cada vez melhores e saudáveis e contribuir para a segurança alimentar mundial.

Para isso, temos plena conscie?ncia da necessidade de fortalecermos ainda mais nossas capacidades de prevenc?a?o, vigila?ncia e de resposta a possi?veis emerge?ncias que possam ocorrer. Sera?o necessa?rios muito mais investimentos no servic?o veterina?rio brasileiro. E contamos ainda mais com a imprescindi?vel parceria dos produtores rurais, profissionais e outros atores do setor privado. Tenho certeza que conseguiremos. Seguiremos pelo caminho da cie?ncia, da transpare?ncia e confianc?a nas valiosas orientac?o?es, diretrizes e normas da OIE.

Cabe destacar que ja? temos o estado de Santa Catarina, reconhecido como zona livre de febre aftosa sem vacinac?a?o desde 2007 e sem vacinar desde 2000, demonstrando que somos capazes de avanc?ar nessa mesma direc?a?o para retirada da vacinac?a?o em todo pai?s, com a devida seguranc?a.

Assim, termino convidando a todos os brasileiros a prestarem suas homenagens aos milhares de mulheres e homens, muitos ja? nem entre no?s, que, com muito trabalho, honestidade e conhecimento, tornaram realidade o que parecia impossi?vel. O Brasil esta? livre da febre aftosa.

Blairo Maggi

Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

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