Bebê que nasceu em calçada na frente da maternidade é adotada por família de Rio Branco

A informação foi confirmada ao g1 nesta quinta-feira (1) pela coordenação do abrigo, onde ela ficou por cerca de oito meses.

“Já foi finalizado o processo, ela está bem, deu tudo certo com uma família aqui de Rio Branco. Durante três meses, a gente acompanhou esse processo de adaptação e depois disso não é mais preciso”, disse o coordenador de Planejamento do Educandário, Eduardo Vieira.

Durante o período em que a criança ficou no abrigo, um estudo social chegou a ser feito com os tios que manifestaram interesse em ficar com ela, foi remetido à Justiça, que entendeu que eles não tinham perfil para ficar com a guarda dela. Por isso, o processo da menina foi direcionado a famílias que estavam na lista de adoção.

Todo processo de adoção foi acompanhado por assistente social do abrigo. Segundo a coordenação do abrigo, a família que adotou a menina é uma “família distinta”, ou seja, não tem vínculo familiar nenhum com a criança.

A menina foi levada da maternidade para o abrigo no dia 28 de janeiro após decisão da 2ª vara da Infância e Juventude. O Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) afirmou na época que não era possível repassar informações sobre o caso por estar em segredo de Justiça.

A mãe da criança tem transtornos mentais e chegou a ficar internada no Hospital de Saúde Mental do Acre (Hosmac) depois que teve alta da maternidade. Em abril deste ano, a direção do Hosmac informou que ela tinha tido alta, porém não deu detalhes sobre o dia que ela deixou o hospital e nem se foi acompanhada por algum familiar.

Em entrevista ao g1 no dia 31 de janeiro, a direção do hospital afirmou que a mulher tinha um quadro delirante, mas não repassou mais informações por conta do sigilo médico-paciente.

O caso da mulher que deu à luz uma menina em frente à maternidade de Rio Branco chocou a população da capital. Um vídeo que circulou nas redes sociais mostrava a bebê no chão da calçada chorando enquanto a mulher está de pé ao lado. Um morador que passava pelo local presenciou a cena e disse que chegou a pedir ajuda no hospital, mas que funcionários da recepção se negaram.

O homem, que preferiu não ser identificado, disse que a mulher chegou a tentar atendimento na maternidade, mas não conseguiu. Ela então desceu as escadas da unidade de saúde e, próximo ao estacionado, o bebê acabou nascendo. Essa versão é negada pela direção do hospital.

Após o ocorrido, a Maternidade Bárbara Heliodora abriu uma sindicância e afastou de forma temporária o servidor que recebeu o caso inicialmente. Após a conclusão da sindicância, a direção informou que ficou constatado que não houve negligência no atendimento, mas que o servidor foi remanejado para um setor administrativo por questão de segurança.

O Núcleo de Apoio e Atendimento Psicossocial (Natera), órgão auxiliar no Ministério Público do Acre (MP-AC), também acompanhou a mãe. “Se trata de uma paciente com transtornos mentais e com problemas decorrentes do consumo abusivo de álcool e, por isso, será necessário inseri-la na rede de saúde mental”, informou a nota.

G1