Segundo o Observatório da Mulher contra a Violência, 27% das entrevistadas em território nacional, declararam já ter sofrido algum tipo de agressão
Para a mulher, infelizmente a insegurança e o medo é um sentimento que pode fazer parte do seu dia a dia. Receio de andar sozinha à noite ou ter de sair de madrugada para o trabalho. A autodefesa e o krav magá para mulheres ajudam no fortalecimento da autoestima e a diminuir a vulnerabilidade.
A questão não é somente o roubo, mas principalmente a violência contra a sua integridade física e a própria vida.
Em abril desse ano a ONU Mulheres, Organização das Nações Unidas, divulgou que uma em cada três mulheres em todo o mundo já sofreu violência física ou sexual.
Segundo o Observatório da Mulher contra a Violência, 27% das entrevistadas em território nacional, declararam já ter sofrido algum tipo de agressão. A violência doméstica foi apresentada por 36% das mulheres que participaram da entrevista.
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Aprender a defender-se é essencial para toda mulher, seja no âmbito familiar ou urbano. Não é sair por aí praticando a agressão física, mas proteger-se contra situações que possam colocar sua integridade em risco, garantindo assim maior autoconfiança e diminuindo a sensação de vulnerabilidade.
O professor filiado à Federação Sul-Americana de Krav Magá, Dionésio Mariosi, considera a modalidade uma ferramenta de superação pessoal de extrema importância para a autoconfiança, principalmente das mulheres.
“Através da prática é possível descobrir novas potencialidades. Defender-se é essencial para todo ser humano. Independente dos fatores biológicos e musculares distintos entre os sexos, com direcionamento adequado, desenvolvimento de técnicas e treino, é possível alcançar excelentes resultados”.
De acordo com o instrutor, embora as mulheres sejam mais receosas quanto ao aprendizado da defesa pessoal, o número da procura só cresce a cada dia. Explica que é preciso desmistificar falsas crenças como a força física ou a necessidade de habilidade prévia para aprender as técnicas de defesa pessoal.
“Não só as mulheres, mas temos entre os alunos crianças e idosos. Não se trata de força física, mas o desenvolvimento da técnica e atenção. A aluna é treinada para identificar os pontos sensíveis do corpo, reconhecer situações de risco e saber o momento certo de reagir em diferentes cenários”, ressalta.
Krav magá para mulheres – autodefesa e superação
O krav magá para mulheres e para o público geral ainda é um assunto repleto de tabus no Brasil. O professor destaca que é importante esclarecer que a prática não estimula a reação aos assaltos e colocar uma pessoa em risco, mas o contrário, treina a autodefesa, ver se existe arma de fogo, analisar cenários e aprender a identificar situações perigosas.
“Ao se tratar das mulheres é primordial em relação à integridade física e autoproteção. A mulher por si só já é vista como um alvo vulnerável e vítima de diversos tipos de assédio que colocam em risco a vida, saúde física e principalmente psicológica”, explica.
Como funciona o treino?
Tanto para mulheres como para os homens o treino é o mesmo. O instrutor diz que as primeiras aulas são destinadas a trabalhar a resistência, equilíbrio e coordenação. “Geralmente os alunos praticam a corrida para aquecer, abdominais e flexões”, completa.
As dificuldades surgem principalmente nos primeiros treinos e para pessoas que nunca praticaram nenhum tipo de arte marcial. Coordenar chutes e socos pode ser um desafio.
O professor alerta que como nas práticas de arte marcial, com o tempo, treino e repetição, o aluno vai adquirindo maior condicionamento físico, segurança e autoestima. Tudo isso irá refletir no seu melhor desempenho aula após aula.
Há escolas em que o krav magá é só para mulheres e separado do treino masculino, mas geralmente a prática é em conjunto. Ambas as opções são interessantes de acordo com o instrutor desde que a pessoa se sinta bem e adquira segurança.
“As aulas mistas entre homens e mulheres possibilitam estimular a maior troca de experiência com alunos de diversos níveis de aprendizado. Outro ponto é que numa situação real podem existir os dois sexos e o aluno deve estar preparado para diferentes situações”, pontua.
Orientações específicas para mulheres