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Aumentos no valor do Uber fazem táxi voltar a ser opção


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Quando chegou ao Brasil, em 2014, o Uber causou um rebuliço no setor de transporte. Com preços abaixo da média dos táxis, a empresa exigia um certo padrão de qualidade nos carros e no atendimento. O mote era de oferecer um motorista particular na palma da mão.

O Uber é apenas um dos diversos aplicativos que fazem parte da “gig economy,” economia de bicos em uma tradução livre. No Brasil, esse fenômeno ficou conhecido como “uberização das profissões.” Esses “bicos” são trabalhos que as pessoas podem fazer por meio de aplicativos, que as conectam a outras pessoas interessadas em usufruir do serviço.

Esses trabalhos nunca foram feitos para ser a fonte primária de renda de uma pessoa ou de uma família: na teoria, deveriam ser apenas complementos de renda. Originalmente, a ideia do Uber era permitir que motoristas dividissem seus carros com outras pessoas que estavam indo para o mesmo lugar, numa espécie de carona compartilhada.

Mas tudo que tem algum tipo de remuneração pode ser explorado, e o Uber virou parte do dia-a-dia dos cidadãos. E, com crise econômica pela qual o Brasil está passando, o app foi, para muitos, uma salvação do desemprego.

Reajustes da Uber atrapalham a vida de clientes e usuários

carro preto da uber com plaqueta identificando no vidro lateral em cidade a noite
Com o preço da gasolina aumentando todo mês, poucas corridas são lucrativas para os motoristas (Foto: Shutterstock)

O ano de 2021 está sendo marcado pelos constantes aumentos no preço da gasolina. Como os motoristas de aplicativo trabalham principalmente em perímetro urbano, situação na qual o consumo do carro é maior, o lucro está cada vez menor.

O valor pago pelo usuário na corrida não vai completamente para o bolso do motorista. A taxa cobrada pela Uber nas viagens é de até 40%. Em setembro deste ano, a Uber realizou um reajuste de até 35%, com a promessa de aumentar o lucro dos motoristas.

Esse reajuste parece não ter sido suficiente, pois os casos de reclamações só aumentaram. De um lado temos os clientes, que protestam devido à espera causada pelos constantes cancelamentos de viagens. Do outro, os motoristas justificam os cancelamentos alegando que as viagens não são lucrativas.

Motoristas que cancelam muitas viagens podem até ser banidos da plataforma, pois a Uber considera tal prática como mau uso do app. Segundo reportagem do G1, cerca de 1,6 mil motoristas foram expulsos da plataforma devido ao excesso de cancelamentos.

O táxi voltou a ser opção para usuários

Em meio a esses aumentos no preço da tarifa do Uber e ao excesso de cancelamentos, o táxi está voltando a ser uma opção economicamente viável para muitos usuários. Alguns aplicativos ajudam a consultar a tarifa que o táxi vai cobrar e ainda acompanham a rota para evitar golpes.

Em algumas cidades, como São Paulo (SP) e Belo Horizonte (MG), o táxi tem como vantagem adicional o direito de trafegar em faixas exclusivas para ônibus. Com isso, é mais fácil de fugir de engarrafamentos.

Outra vantagem dos táxis é do valor da viagens calculado com base em duas bandeiras fixas: assim, não há riscos de aumentos exorbitantes, como os causados pelos valores dinâmicos da Uber em horários de pico. Como exemplo, no momento que esta matéria foi fechada, a cidade de Belo Horizonte estava passando por uma greve de motoristas de ônibus, que fez os preços do Uber dispararem.

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