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Aumento das internações no país destaca importância dos exames na prevenção de doenças cardíacas


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Em 15 anos, internações aumentaram em quase 160%, com crescimento de 10% nos casos entre jovens com até 30 anos

Família completa no hospital para cuidar da saúde do coração: o pai, Renato, de 45 anos, a mãe, Renata, de 41, e os filhos Matheus, 21, João Victor, 16, e Isabelle, 15. Os cinco passaram uma tarde no hospital para uma bateria de exames. Isabelle, a filha mais nova, foi diagnosticada com arritmia cardíaca ainda criança. Ela também recebeu diagnóstico de hipotireoidismo, um problema na glândula tireoide, quando há queda na produção dos hormônios T3 e T4.

Segundo o pai, Renato de Araujo, a condição de Isabelle inspira cuidados e faz com que todos fiquem mais atentos. “Muitas doenças podem ser silenciosas e a prevenção é sempre o melhor tratamento. Além disso, problemas cardíacos podem ser hereditários, então nada melhor do que cuidar.”

A prevenção é, de fato, o melhor caminho, especialmente em um cenário de aumento de problemas cardíacos no Brasil. Levantamento realizado pelo Instituto Nacional de Cardiologia (INC) mostra que o número de internações por infarto no país aumentou em quase 160% entre 2008 e 2022. Entre os homens, o aumento foi de 158%, passando de 5.282 internações em 2008 para 13.645, em 2022. Entre as mulheres, o acréscimo foi de 157%, com média de 1.930 em 2008 para 4.973 em 2022.

Pacientes jovens

No período analisado, também aumentaram as internações de jovens com até 30 anos. Os casos de infartos nessa população tiveram acréscimo de 10% no período, ainda segundo análise do INC, com base em dados do Ministério da Saúde.

O cardiologista do Hospital São Marcelino Champagnat, José Augusto Fortes, acredita que dois fatores podem explicar o aumento de doenças cardíacas em jovens. “O estilo de vida, com má alimentação, falta de exercícios e uso de cigarro, é uma das hipóteses. Mas hoje em dia, as pessoas também têm mais acesso à saúde e, por isso, descobrem doenças de forma precoce. O importante é a mensagem de que o diagnóstico, de fato, previne o pior”, pontua.

Tarde de exames

Eram 13h30 quando a família chegou ao hospital. Todos fizeram a coleta de sangue para exames laboratoriais: colesterol, hemoglobina, hemograma, triglicerídeos, entre outros. Depois, foram chamados para os exames cardiológicos: teste ergométrico computadorizado, ecodopplercardiograma transtorácico e Doppler. Esses exames avaliam a frequência cardíaca, o tamanho do coração e das cavidades cardíacas, além da quantidade de fluxo sanguíneo em diferentes partes do corpo. Para encerrar, foi feita uma consulta clínica com o cardiologista para avaliação das condições físicas gerais. Às 16h30, todos já estavam liberados para ir embora. “A possibilidade de realizar todos os exames no mesmo dia é algo muito prático e eficaz. A correria do dia a dia muitas vezes dificulta nossa busca por cuidados de saúde”, avalia Renato, que é proprietário de uma empresa de serviços automotivos.

A família Araujo participou do programa Viva Cardio, desenvolvido pelo Hospital São Marcelino Champagnat. A iniciativa possibilita que pacientes realizem todos os exames para a saúde do coração em uma única tarde. Após sete dias, os pacientes são chamados novamente ao hospital para uma nova avaliação com cardiologista. Na ocasião, o paciente recebe os resultados dos exames, bem como as instruções previstas pelo profissional em cada caso.

Hábitos saudáveis

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em todo o mundo. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 400 mil brasileiros morrem por ano devido a doenças do coração. De acordo com dados da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), aproximadamente 23% dos brasileiros nunca consultaram um cardiologista.

A principal forma de prevenir doenças cardiovasculares é manter um estilo de vida saudável. “Não há muito segredo. É preciso controlar o peso, ter uma alimentação mais saudável, com menos fritura e menos carne vermelha. O ideal é não abusar do álcool e evitar o cigarro. A avaliação médica também deve ser frequente”, complementa o cardiologista.

Pressmanager

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