Saúde
Atividade física em jejum: prós e contras
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Recentemente, treinar em jejum tem sido uma prática cada vez mais comum. Muitas pessoas que seguem dietas em jejum realizam exercícios longe dos períodos das refeições. Esse hábito tem ficado em evidência sobretudo com a prática do aeróbico em jejum.
O aeróbico em jejum ou AEJ é um tema controverso nas discussões sobre saúde e alimentação, pois, ao mesmo tempo que para uns é o queridinho da vez quando se trata de emagrecimento, para muitos, ele pode ser considerado um vilão.
O AEJ consiste em, basicamente, a prática de atividade física sem se alimentar. Entretanto, diferentemente de outras formas de jejum, como o intermitente, que em alguns casos há a ingestão de líquidos pouco calóricos como chás, café sem açúcar e termogênicos, para ser caracterizado como AEJ, você deve praticar atividade física de baixa intensidade ao acordar.
Para que a estratégia funcione, o ideal é ter uma alimentação equilibrada ao longo do dia anterior e os exercícios devem ser entre intensidade leve e moderada, em um curto espaço de tempo. O recomendado é começar com 10 minutos e, de acordo com a sua evolução, acrescentar dois minutos por dia até, no máximo, 45 minutos. Vale destacar que, apesar de algumas pessoas se adaptarem muito bem, o AEJ não deve ser uma estratégia de longa duração, mas, sim, algo pontual dentro do plano alimentar.
Porém, é necessário ficar atento, pois o que funciona para alguns, pode não ser adequado para outros. Pior ainda é quando se adere à nova moda sem qualquer conhecimento dos seus benefícios e malefícios. É por isso que neste artigo, fizemos um levantamento e listamos os prós e os contras de fazer exercícios em jejum. Confira!
Prós
O aeróbico em jejum quando feito por pessoas que se adaptam a ele e com o acompanhamento adequado, pode apresentar alguns benefícios.
Inúmeros estudos têm demonstrado que quando uma pessoa está em jejum, menos reservas de glicogênio estão disponíveis por causa dessa falta de alimentação, então, o organismo passa a queimar gordura como combustível. Já quando você come e depois faz exercícios, seus níveis de insulina estão altos, ou seja, a queima de gordura é mais difícil. Segundo alguns especialistas, essa prática não apresenta riscos, porém é mais indicada para quem já tem uma rotina de exercícios. Indivíduos que sofram com algum tipo de cardiopatia ou problema de pressão arterial, precisam consultar um especialista.
Além disso, treinar em jejum ajuda no aumento da sensibilidade à insulina, o que potencializa a eficiência do organismo em metabolizar os alimentos, aumenta a produção do hormônio GH, conhecido como o hormônio do crescimento, que tem papel importante na lipólise e no ganho de massa magra, também regula os níveis de cortisol, ajuda no emagrecimento de quem precisa perder pouca gordura e está com resultados estagnados, aumenta a capacidade enzimática, entre outros benefícios.
Entre as atividades mais indicadas para se fazer em jejum estão: caminhada, ciclismo e natação, uma vez que utilizam prioritariamente a gordura como substrato energético. Porém, é preciso ter um certo cuidado quando iniciar o processo de treino, principalmente se você não tem um bom condicionamento físico. Isso porque, para quem está iniciando, o mais recomendado é praticar exercícios de menor intensidade.
Contras
Grande parte dos educadores físicos e nutricionistas são extremamente contra este tipo de prática por conta de diversos motivos.
Como mencionado acima, em jejum os níveis de glicose do corpo estão baixos e aquela queima de gordura não é suficiente para fornecer a energia que você precisa. Além disso, os níveis de açúcar podem cair, gerando fraqueza, pressão baixa e mais fome. Então, todo esse esforço irá por água abaixo. Além disso, a pessoa que corre em jejum não consegue manter a mesma qualidade de movimento daquela que corre quando está alimentada, pois não vai ter forças para isso.
Especialistas que indicam e realizam a prática do AEJ declaram que exercícios em jejum não tem efeito sobre o catabolismo, portanto, não ocorre perda de massa muscular durante as atividades. No entanto, ao optar por esse tipo de treino, é comum utilizar suplementos como auxílio para evitar qualquer possível problema. A conclusão é que o aeróbico não é realizado 100% em jejum por conta deste detalhe. A maior parte dos profissionais da área esportiva creem que o aeróbio em jejum funciona para quem deseja atingir o emagrecimento, pois qualquer exercício aeróbio ou restrição calórica funciona para este fim. Em jejum, a atividade queima mais gordura, porém, apenas um pouco mais, ou seja, não apresenta resultados tão diferentes do que práticas normais. O resultado é praticamente igual, mas com o risco de reduzir a performance e passar mal.
Quando fala-se em perda de performance, é necessário enfatizar que atletas que fazem atividades em jejum não querem ter um ganho de performance, no entanto, quando o desempenho é afetado, é impossível manter o mesmo rendimento, correndo menos e desgastando-se com mais facilidade. Portanto, isso vai atrapalhar os resultados durante o treino, como ganho de músculo, perda de gordura e de peso.
Lembre-se: treino em jejum precisa ser feito com acompanhamento e não é recomendado para qualquer pessoa. Sem o acompanhamento de um especialista, pode ser perigoso para a saúde e não atingir aos objetivos desejados. O melhor é ter um estilo de vida voltado ao emagrecimento saudável e duradouro. Se deseja conhecer mais sobre o aeróbico em jejum, o mais indicado é procurar orientação nutricional e realizar uma investigação profunda das suas condições físicas e traçar objetivos condizentes com ela.
Manipulae.com.br