Saúde
Asma: o que é, sintomas, cura, tratamento e o que fazer em crises
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Se você frequentemente sente falta de ar e tosse, pode ter asma – condição crônica que prejudica as passagens que permitem a entrada e saída do ar dos pulmões.
No Brasil, a doença afeta quase 10% da população, chegando à marca de aproximadamente 20 milhões de casos rastreados até outubro de 2017, segundo Pesquisa Nacional da Saúde (PNS). No mundo, são mais de 300 milhões de pessoas que sofrem com o acometimento, considerado um dos mais recorrentes do planeta.
A seguir saiba tudo sobre asma:
O que é asma?
Doença das vias aéreas, a asma é um estreitamento dos bronquíolos – pequenos canais por onde circula o ar dentro dos pulmões.
Assim como outras condições, a asma pode ser classificada em diferentes graus de gravidade, podendo variar entre um quadro leve até um incômodo tão intenso que atrapalha as atividades diárias.
Causas da asma
O problema é fruto de inflamações que incham as vias aéreas. Além disso, faz com que os pulmões produzam mais muco, deixando ainda mais difícil a respiração e causando tosses carregadas.
Não está clara a razão pela qual algumas pessoas têm asma e outras não, mas provavelmente é devido a uma combinação de fatores ambientais e genéticos (hereditários).
Fatores de risco
Além da genética, os fatores que indicam risco elevado de desenvolvimento da doença são:
- Histórico familiar
- Ter outra condição alérgica, como dermatite atópica ou rinite alérgica
- Obesidade
- Dieta desregrada
- Baixa função imunológica
- Crescimento no consumo generalizado de medicamentos, o qual afeta as funções imunes normais do corpo
- Contato com produtos químicos ou fuligem
- Tabagismo (ativo ou passivo)
Gatilhos da asma
Os irritantes e substâncias que provocam alergias e podem desencadear sinais e sintomas de asma são diferentes de pessoa para pessoa e podem incluir:
- Pólen, ácaros da poeira, esporos de mofo, pelos de animais ou fezes de baratas
- Infecções respiratórias, como o resfriado comum
- Clima ou ar frio
- Poluentes do ar e irritantes, como fumaça
- Alguns tipos de medicamentos, como beta-bloqueadores, aspirina e ibuprofeno
- Emoções fortes e estresse
- Alimentação inflamatória – com muitos derivados do leite, açúcar e refinados
- Doença do refluxo gastroesofágico, condição em que os ácidos estomacais voltam para o esôfago
Tipos de asma
A asma crônica pode surgir em cinco formas diferentes:
Alérgica
Ocorre em momentos de stress ou carga emocional intensa ou pelo contato com alérgenos, como odores fortes, pólen, ácaros e poluição.
Induzida por exercícios físicos
Mesmo pessoas que não sofrem de asma crônica podem ter crises durante os exercícios.
Ocupacional
Neste caso, o estreitamento dos bronquíolos é causado pela exposição a químicos, serragem ou outros tipos de substâncias que possam afetar os pulmões. É comum em trabalhadores da área de construção civil.
Por medicamentos
Desencadeada pelo contato de pacientes com hipersensibilidade a alguns remédios.
Intrínseca
Tipo de asma de causa desconhecida.
Estágios da asma
Asma intermitente ou de grau I
Manifesta-se uma vez por semana.
Asma persistente leve ou de grau II
Sintomas surgem mais de uma vez por semana e ao menos de uma vez por dia.
Asma persistente moderada ou de grau III
É o estágio em que a asma apresenta sintomas diários e as crises afetam levemente as atividades cotidianas.
Asma persistente grave ou de grau IV
Ocorre quando o paciente, além de ter sintomas diários, tem suas atividades diárias limitadas por conta da condição.
Sinais e sintomas da asma
Os sintomas de asma não estão somente ligados à respiração, podendo ser observados de forma geral no organismo e no corpo.
Veja os principais:
- Tosse
- Espirro
- Chiado no peito
- Falta de ar para falar
- Dificuldade para inalar
- Dificuldade para exalar (sensação de sufocamento)
- Pressão no peito
- Tontura (e fraqueza)
- Falta de equilíbrio
- Ansiedade
- Olhos lacrimejados
- Coceira na garganta
- Glândulas inchadas e gânglios inflamados
- Dificuldade para realizar exercícios físicos
- Boca seca
Na presença de alguns destes incômodos, é indicado procurar um especialista – pneumologista, pediatra (no caso de crianças), ou clínico geral – o quanto antes. O fisioterapeuta respiratório também é qualificado para fornecer cuidados de emergência para pacientes que apresentem dificuldades para respirar.
Diagnóstico de asma
Apesar de poder surgir em qualquer fase da vida, na maioria das vezes a asma é diagnosticada ainda na infância. Como depende de fatores hereditários, é comum que recorra em mais de um membro da mesma família.
A análise que confirma o descarta o acometimento pode incluir exames físicos, teste de medição da função pulmonar, desafio de metacolina, teste de óxido nítrico, exames de imagem e de alergia, eosinófilos na expectoração e teste provocativo para asma induzida por exercícios ou frio.
Complicações
Além do prejuízo na qualidade de vida do paciente, a asma frequentemente resulta em internação por crises graves.
Ainda há risco de desenvolver reações adversas aos remédios para asma.
Portanto, o tratamento adequado e orientado por um médico de confiança faz toda a diferença na prevenção de complicações.
Asma tem cura?
Ainda que classificada como uma doença sem cura, a asma pode ser tratada e efetivamente controlada.
Tratamentos
O tratamento de asma inclui mudanças comportamentais, terapias e medicamentos, tais como:
Evitar desencadeadores de crises
Evitar ambientes muito poluídos ou com poeira e exposição à fumaça de cigarro pode ser muito benéfico para evitar crises e melhorar a saúde daqueles que sofrem deste mal.
Atividades físicas
Realizar esportes de maneira constante, como natação e caminhada, tende a melhorar a qualidade de vida e a capacidade respiratória e cardiovascular de pacientes com o problema.
Redução da exposição a fatores de risco
A exposição mínima aos fatores de risco é importante para diminuir a possibilidade de crises de asma.
Medicamentos
Os medicamentos mais comuns a serem utilizados são os broncodilatadores, muitas vezes em forma da famosa bombinha da asma, corticoides (em versões inaláveis ou injetáveis) e até mesmo anti-histamínicos para quem tem muita alergia.
Embora controlem os sintomas e crises, estes tratamentos não tratam a doença em profundidade.
Imunoterapia
Existem vacinas contra alergia que reduzem gradualmente a reação do sistema imunológico a gatilhos específicos.
Este tipo de tratamento é longo e inclui injeções semanais e quinzenais de três a cinco anos.
Tratamento natural para asma
Existe a opção de complementar os cuidados com tratamentos naturais, os pouco invasivos.
É possível fazer inalações com óleos essenciais de eucalipto glóbulos, olíbano, lavanda, melaleuca, cedro-do-atlas, hortelã, bergamota e camomila.
O uso regular de ômega 3 também pode auxiliar por contribuir com a melhora da imunidade.
O fitoterápico Ginko Biloba ajuda a reduzir os espasmos bronquiais e, assim, as crises asmáticas.
O que fazer em uma crise de asma?
Ao presenciar ou sofrer uma crise de asma, é importante manter a calma. Sente-se ou coloque o paciente sentado e inclinado para frente.
Caso haja um remédio para asma ou um inalador, o ofereça ou use.
Se os sintomas persistirem, é importante buscar socorro em um hospital o mais rápido possível ou chamar uma ambulância.
Prevenção
Embora não haja maneira totalmente eficaz de prevenir a asma, existem algumas medidas que podem ajudar.
Vacinas e asma
Uma delas é manter-se atualizado com as vacinas a fim de impedir que quadros de gripe e resfriado desencadeiem crises.
Identificar os gatilhos da asma
Há alérgenos que podem desencadear ataques em algumas pessoas. Descubra quais são e tome medidas para evitá-los.
Monitore sua respiração
Reconheça sinais de alerta de um ataque iminente e busque ajuda. Se você agir rapidamente, é menos provável que você tenha um ataque severo.