Agronegócios
Argentina deixa de vender trigo para o Brasil e preço do pão francês deve aumentar 20% em MT
Compartilhe:
O preço do pão francês deve ter aumento de 20% nos próximos dias, segundo informações do Sindicato das Indústrias de Panificação de Mato Grosso (Sindipan).
Um dos motivos para justificar o aumento é que a Argentina, principal fornecedora da commodity, aumentou as vendas para outros mercados, como os países asiáticos, e ficou sem estoque suficiente para atender as necessidades internas e a demanda brasileira.
Conforme Rodrigo Nogueira, diretor do Sindipan, em novembro do ano passado a Argentina comunicou ao Brasil que não poderia mais fornecer o produto. O preço do quilo do pão francês em Mato Grosso varia entre R$ 13 e R$ 15 atualmente. Esse valor vem sendo praticado desde o ano passado, mesmo quando o dólar ultrapassou a casa de R$ 2,80.
Mato Grosso consome 15 mil toneladas de trigo mensalmente. Desse total, 5 mil toneladas vêm da Argentina e o restante é produzido nos estados do Rio Grande do Sul e Paraná.
A alternativa encontrada é importar o produto dos Estados Unidos e Canadá. Ocorre que a Argentina faz parte do Mercosul, área de livre comércio, sem impostos. Já nos Estados Unidos e Canadá, a alta do dólar pode impactar diretamente no valor.
Segundo Pedro Máximo, coordenador do Observatório da Indústria da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), se a moeda brasileira está desvalorizando, o ganho que a Argentina tinha em relação ao Brasil começa a cair.
“Então a Argentina começa a identificar outros países para os quais ela pode exportar seus produtos porque se o Brasil tiver uma performance pior, a Argentina vai suplantar com esses outros compradores. Todo esse cenário aponta que a Argentina comece a exportar para outros países e aí o Brasil vai ter que comprar de outros fornecedores, a exemplo dos Estados Unidos e outros produtores de trigo. Quando comprar de outros países, por conta do real estar desvalorizado, a gente pode ter um aumento de até 20% no preço do pão francês”, diz ele.
FONTE: G1