Amazonas
Após pico em maio, Amazonas tem duas semanas seguidas de queda em casos de Covid-19, e redução chega a 38%, aponta FVS
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Entre 13 de março, data em que o Amazonas confirmou o primeiro caso de coronavírus, até o fim de maio, quando o número de infectados já ultrapassava a marca de 40,5 mil, a Fundação de Vigilância em Saúde do estado observou um crescimento progressivo nos números semanais, chegando a um pico na última semana de maio, quando foram 11.758 novos casos confirmados em sete dias. Desde então o padrão mudou, apontando uma redução de 38% nos números no começo de junho.
Os números são do mais recente boletim epidemiológico semanal da FVS-AM, que acompanha o desenvolvimento da Covid-19 em todo o Amazonas. De acordo com os registros do órgão, entre os dias 31 de maio e 6 de junho, na semana seguinte ao pico, foram 8.225 casos registrados. Em seguida, na segunda de junho, 7.241 novos infectados foram detectados. Neste período o comércio fazia sua reabertura gradual.
Até a manhã deste sábado (20), o Amazonas já ultrapassou a marca de 61 mil casos, com mais de 2,6 mil mortes por Covid-19.
“A partir dessa semana [última de maio], observa-se redução no número de casos novos tanto na capital quanto no interior do estado, mesmo com aumento na oferta de testes diagnósticos. Esta queda representou uma redução de 38% no número de casos novos no estado, 29% no interior e 53% na capital Manaus”, diz a nota técnica da FVS.
O Amazonas ocupa a segunda colocação entre os estados com maior taxa de incidência da doença no país, com dados atualizados de 1465 por 100 mil habitantes, mais do que três vezes superior à média nacional, de 465 casos por 100 mil habitantes, e é o primeiro no ranking de estados com maior mortalidade (62,9 casos/100 mil hab.) – a taxa nacional é de 22,7.
Desde o início desta semana órgãos de saúde do Amazonas apontam para a redução dos casos e taxas de internações. Um dos maiores exemplos foi o anúncio da Prefeitura de Manaus de encerrar o funcionamento do Hospital de Campanha da cidade com base nos dados de redução de casos.
Outro caso foi do Hospital e Pronto-Socorro (HPS) 28 de Agosto, um dos maiores de Manaus, que liberou uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de 40 leitos – até então exclusiva para pacientes de Covid-19 – para atendimentos de rotina.
Manaus pode ser primeira cidade a ‘vencer’ a Covid
A décima edição do boletim do projeto Atlas ODS Amazonas, do Centro de Ciências do Ambiente da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), prevê que Manaus será a primeira cidade do Brasil a “vencer” o novo coronavírus.
De acordo com o estudo, a transição para uma última fase da pandemia está acontecendo mais cedo na capital do Amazonas do que em outros epicentros do país, pois os dados projetam uma redução drástica na velocidade de mortes na cidade, após população passar por interação massiva com a Covid-19.
Acompanhando a redução dos números da Covid-19 no Amazonas, depois da rápida disseminação da doença colapsar o sistema público de saúde, o Governo do Amazonas segue com o plano de reabertura gradual do comércio.
O governo aponta que a redução nos números do novo coronavírus no estado, como as hospitalizações por Covid-19, justificam a retomada da economia. De acordo com o plano apresentado aos representantes dos demais poderes de Estado, neste sábado (15), a nova fase terá mais atividades que as previstas inicialmente.
Apesar disso, cientistas alertam que os dados da Covid-19 em queda podem saltar após o relaxamento de medidas de isolamento em Manaus.
G1