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Apicultura pode aumentar renda da propriedade rural, mas exige cuidados


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A criação de abelhas é hoje uma importante atividade agropecuária, compatível com a preservação e conservação do meio ambiente. Além de contribuir com a polinização, o que aumenta a produtividade agrícola, a apicultura proporciona ainda importante fonte de renda ao produtor rural, pela produção de mel, cera, pólen, própolis, apitoxina e geleia real. 

Em 2022 o Brasil produziu uma safra recorde com aproximadamente 60 mil toneladas de mel. Em Minas Gerais, a produção, no ano de 2022, foi de 7,512 mil toneladas. A agricultura familiar é responsável por mais 80% da produção de mel e por cerca de 70% da produção de própolis no estado. No ano passado, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) atendeu, em atividades de apicultura, 3.777 agricultores familiares, além de 239 pessoas nos perímetros urbanos.

“É uma atividade econômica que gera ocupação e renda, garantindo vida digna e ambientalmente sustentável. Com o uso de boas práticas agropecuárias, a produção segura dos produtos das abelhas com qualidade é garantia de renda e competitividade no mercado consumidor”, afirma Márcia Portugal, coordenadora estadual de Pequenos Animais da Emater-MG.

Ela destaca que o bom desenvolvimento da atividade apícola está diretamente vinculado a uma florada abundante, disponibilidade de água de qualidade, mercado consumidor e pessoas interessadas e capazes de se dedicarem a essa atividade de forma empreendedora. “O apicultor tem que ser uma pessoa extremamente observadora. Vefificar se tem água de qualidade disponível nas proximidades e se tem flores em quantidade. Isso é o básico para escolher um local para implantar o apiário”, afirma a especialista da Emater-MG.

Minas Gerais possui um alto potencial para a produção apícola, com abundância de matas nativas e florestas plantadas, o que garante floradas durante todo o ano, permitindo a produção contínua de mel. Além de ter um clima propício nas várias regiões do estado. A coordenadora estadual de Pequenos Animais da Emater-MG destaca outros pontos importantes para o sucesso de um apiário: A área onde as colmeias serão instaladas deve ser arejada, mas protegida dos ventos diretos e do sol em excesso.

Para garantir a segurança das pessoas e animais, é necessário respeitar algumas distâncias mínimas. De cerca de 300 metros de estradas movimentadas, caminhos, trilhos, de casas, escolas, aviários, estábulos, granjas e outras construções da propriedade. E a qualidade dos produtos provenientes das abelhas exige que as colmeias estejam a uma distância mínima de dois quilômetros de engenhos de açúcar, fábricas de doces, depósitos de açúcar e rapaduras, pois do contrário, as abelhas serão atraídas a esses locais para se alimentar, em vez de procurar o pólem das flores. “Outro cuidado importantíssimo é manter distância de pelo menos três quilômetros de lixões, aterros sanitários e de lagoas de decantação de resíduos, para evitar a contaminação da produção apícola”, alerta Márcia Portugal.

A coordenadora recomenda também atenção aos equipamentos de proteção individual (os EPIs): Macacão e máscara de cor clara, folgados; botas e luvas em bom estado, grossas, mas confortáveis, também de cor clara, para não irritar as abelhas. Deve-se evitar o couro. O fumigador também é considerado um EPI, pois a fumaça ajuda a acalmar as abelhas.

“O material usado para fazer a fumaça deve ser de origem vegetal, sem contaminantes e fornecer uma fumaça fria, densa, sem odor forte e agressivo. Sugere-se capim cidreira seca à sombra que, além de fornecer a fumaça com as características acima, possui cheiro agradável e não agressivo para as abelhas e para o apicultor”, sugere Márcia Portugal.

Ela esclarece que o número de colmeias por apiário depende do potencial de flora apícola e das condições climáticas. Para uma produção comercial, o ideal é ter no mínimo 15 colmeias. Devido à predominância de abelhas mais agressivas (as africanizadas, mais comuns na produção de mel), recomenda-se uma distância mínima de dois metros entre as colmeias do apiário.

Processamento

E, além da criação das abelhas, os apicultores devem planejar também a implantação de uma “casa de mel”, ou entreposto, destinado à manipulação e industrialização de mel e demais produtos apícolas, de acordo com as normas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. “O apicultor não pode deixar de se preocupar com cada detalhe no processamento, devendo estar atento a todos os itens de higiene. A qualidade do mel está no cuidado que o apicultor terá da colheita ao envazamento”, afirma a coordenadora da Emater-MG.

Márcia destaca a importância de uma capacitação específica, para que os produtores tenham sucesso na atividade apícola. “As abelhas africanizadas são animais selvagens, portanto, representam perigo, se não houver toda uma técnica de segurança. Além disso, a produtividade das colmeias depende de uma instalação adequada, além de manejo correto, para evitar perdas de animais e garantir a qualidade dos produtos”, completa.

Quanto ao investimento necessário para iniciar a atividade e o retorno financeiro, a especialista afirma que dependerão do porte do apiário e da região onde está localizado, o que interfere nos custos dos materiais necessários. Nos escritórios da Emater-MG, em todo o estado, os interessados poderão obter mais informações sobre a atividade. Além disso, a empresa estadual também disponibiliza uma cartilha informativa, no site www.emater.mg.gov.br (no banner “Livraria Virtual”).

O que fazer em caso de ataque de abelhas:

  • Procure sair rapidamente do local, mas em silêncio, sem se debater.
  • Procurar abrigo em locais fechados, como um veículo e, no caminho, tentar passar por galhos de árvores e arbustos. Isso ajuda a reduzir as picadas.
  • Uso da fumaça nas abelhas.
  • O uso de água é muito eficiente, pois ao molhar as asas, as abelhas vão para o chão e param de ferroar.
  • Para a retirada de enxames de locais inadequados ou perigosos para as pessoas e outros animais, o ideal seria chamar um apicultor experiente. Em algumas cidades, dependendo de onde está o enxame, os bombeiros podem ser acionados.
  • Em caso de picadas, sempre procurar atendimento médico.

Fonte: Assessoria de Comunicação – Emater-MG

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