Saúde
Anvisa recolhe famoso remédio contra pressão alta: aumenta risco de câncer
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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou o recolhimento de lotes de remédios utilizados para tratamento de pressão alta, como o popular Losartana. A medida visa a proteção da saúde da população, visto que tais fórmulas podem conter compostos que elevam o risco de desenvolvimento de câncer. Entenda:
Remédio para hipertensão contaminado
As medidas anunciadas pela Anvisa foram tomadas após a detecção de nitrosaminas no princípio ativo “sartana”, um dos mais utilizados na fabricação de medicamentos para hipertensão, como losartana, valsartana, candesartana, olmesartana e irbesartana.
A investigação brasileira começou após a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) identificar a presença de
nitrosaminas em remédios de diversos laboratórios, o que levantou suspeitas sobre a regulação em campo nacional.
Tais impurezas têm potencial de causar câncer em seres humanos.
Segundo a Anvisa, autoridades europeias calculam que o risco de câncer com o consumo contínuo do medicamento seja de 0,00017%, ou seja, um caso para cada grupo de 6 mil pessoas.
Losartana é segura?
Apesar dos achados, a agência reiterou a segurança dos medicamentos com o princípio ativo “sartana” , visto que o risco de câncer é muito pequeno se comparado a outros fatores, como tabagismo e alimentação inadequada.
Ainda assim, é recomendada a troca de compostos com nitrosaminas por outros de igual valor terapêutico.
Medidas da Anvisa
Visando a segurança da saúde da população e a qualidade dos produtos consumidos, o órgão estabeleceu outras medidas além do recolhimento de lotes de medicamentos.
Essa ações incluem a suspensão da fabricação, importação, distribuição, comercialização e uso dos insumos farmacêuticos ativos com suspeita de contaminação.
Os recolhimentos começaram em fevereiro deste ano e seguem as medidas de segurança adotadas em outros países.
O que fazer?
A Anvisa preparou uma lista dos lotes de medicamentos para pressão alta contaminados que devem ser recolhidos, a qual pode ser conferida aqui. O consumidor deve verificar o número do lote que consta na caixa do medicamento que tem em casa.
A Agência desaconselha a interrupção do tratamento – visto que pode causar sérios prejuízos à saúde, como derrame, ataques cardíacos e insuficiência renal – e recomenda que pacientes que fazem uso dos remédios contaminados busquem um médico para receber orientações sobre como proceder.
Há medicamentos da mesma classe terapêutica e com os mesmos princípios ativos e concentração.
Também é possível entrar em contato com o laboratório responsável pela medicação por meio do serviço de atendimento ao consumidor e solicitar a troca.