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Amebíase: Sintomas, transmissão, tratamento e mais sobre parasita
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A doença amebíase é uma das infecções parasitárias mais conhecidas, mas como desconfiar que há uma infecção por ameba em curso? Este é um assunto mais difícil de resolver, já que seu sintoma principal, a diarreia, é comum a uma série de outros acometimentos.
Uma dica é observar os hábitos de higiene e avaliar o saneamento básico do local em que se mora, visto que pode estar aí a resposta para a pergunta. Mas há muito mais a se saber sobre essa parasitose. Veja a seguir.
O que é?
Amebíase é uma infecção causada pelo protozoário Entamoeba histolytica.
Ciclo da amebíase
A amebíase tem ciclo e transmissão parecidos com os de outros parasitas, como a giardíase. Após ingeridos, os cistos viajam pelo sistema digestivo mantendo-se intactos diante da acidez do estômago. No intestino, os cistos se rompem e o parasita assume sua forma ativa, chamada trofozoíta. Nesse estado, o protozoário pode invadir a mucosa intestinal e, assim, gerar os sintomas.
Como os cistos são a forma do protozoário mais resistente no ambiente externo ao corpo humano, para que a transmissão para outros seres ocorra, os trofozoítas devem dar origem a novos cistos que serão expelidos com as fezes.
Transmissão
A transmissão ocorre por ingestão dos cistos do protozoário por meio de água ou verduras e frutas frescas contaminadas. Também pode pode haver contaminação direta pela via fecal-oral, como em casos de higiene inadequada e praticas sexuais anais.
Fatores de risco
Além de higiene inadequada e falta de saneamento básico, são fatores de risco para amebíase a presença de doenças ou tratamentos que debilitam a imunidade e alterações da acidez gástrica.
Sinais e sintomas
Grande parte dos indivíduos infectados não apresenta sintomas. Quando presentes, normalmente são caracterizados por diarreia de gravidade variável e com fezes com muco e pastosas.
Há situações que podem ser mais graves devido a uma intensa resposta inflamatória na mucosa intestinal, com presença de fezes com sangue, flatulência, falta de apetite e dor abdominal.
Diagnóstico
O diagnóstico da amebíase é obtido pelo exame de fezes, que detecta a presença do protozoário.
Para diagnóstico de indivíduos assintomático, os cistos podem ser visualizados pelo método de Faust. No entanto, nesse tipo de exame não é possível distinguir a Entamoeba histolytica da E. díspar (espécie que não gera doença).
Nos indivíduos com sintomas é preciso visualizar os trofozoítas pelo exame de fezes frescas, pois não há tempo de permanência do material fecal na luz intestinal para a conversão em cistos, ou pesquisar antígenos.
Qual profissional procurar?
O diagnóstico pode ser determinado por clínicos gerais, mas, caso a doença amebíase se torne grave, pode ser indicado seguir acompanhamento com um infectologista.
Complicações
Além das complicações relacionadas à diarreia – como desidratação, febre e dor abdominal – e à infecção de repetição – que ocorre principalmente em lugares de higiene e saneamento básico precário –, pode haver invasão amebiana. Nela, o protozoário atinge a corrente sanguínea e migra para outros órgãos. O mais comum é que se mova para o fígado, em que pode causar um abcesso, quadro que gera dor, perda de peso e febre.
Prognóstico
Se seguido à risca o tratamento médico e mantidas as condições adequadas de higiene e saneamento básico, a doença pode ser totalmente curada sem deixar nenhuma sequela ou dificuldade na vida de quem a teve.
Tem cura?
Com o tratamento e cuidados adequados, é possível curar a amebíase e evitar novas infecções.
Tratamentos de amebíase
O tratamento é feito pelo uso de medicamentos antiparasitários orais específicos para a amebíase, sempre indicados pelo médico consultado, como metronidazol. Também podem ser indicados remédios para controlar os sintomas.
Se o parasita gerar danos em tecidos ou órgãos, cirurgia pode ser necessária.
Depois do tratamento, deve ser colhido um novo exame de fezes para confirmar a eliminação do parasita.
Prevenção
As condições de saneamento desempenham papel fundamental para evitar a doença, portanto é indicado só beber água de fontes confiáveis e higienizar alimentos corretamente.
Fontes
Infectologista Káris Maria de Pinho Rodrigues, professora titular da Universidade Estácio de Sá (RJ) e especialista em doenças infecciosas, parasitárias e microbiologia. CRM RJ 509305
Center for Disease and Control Prevention. Amebiasis. Disponível em: www.cdc.gov/dpdx/amebiasis/index.html
Fiocruz. Amebíase. Disponível em: www.invivo.fiocruz.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=90&sid=8