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Alzheimer: os sinais de alerta e a importância do diagnóstico precoce
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Em novo episódio do podcast, especialistas exploram os desafios do diagnóstico da doença de Alzheimer e a importância de políticas públicas para apoiar ações em prol da condição.
Em 2050, 17% da população mundial terá mais de 65 anos. Esse número representa quase o dobro de pessoas da realidade atual.1 Nas próximas décadas, a expectativa de vida também terá ganhos extraordinários – a média atual de 76 anos vai para 88 anos em 2100, segundo a Organização das Nações Unidas.2 Na prática, isso significa uma mudança no perfil populacional, com aumento dos idosos. Os desafios inerentes ao envelhecimento devem ser mais presentes na sociedade, aumentando a carga de doenças que impactam a vida da população, como a doença de Alzheimer.
Atualmente, são 50 milhões de pessoas com demência no mundo. Estima-se que, em 2050, esse número deve triplicar.3 E a doença de Alzheimer é a principal causa de demência – a cada 10 pessoas com a condição, sete têm Alzheimer. Como a sociedade está se preparando para as próximas décadas? Qual a diferença entre um envelhecimento saudável de um que conta com um processo demencial? Quais sinais sugerem que é preciso buscar ajuda? Como é a vida de quem convive com doença de Alzheimer? O que está por trás de um diagnóstico tardio e qual a importância de reconhecer os sinais e sintomas de maneira precoce?
Todas essas perguntas foram respondidas no novo episódio do podcast Futuro da Saúde, que contou com as participações de Elaine Mateus, presidente da Federação Brasileira das Associações de Alzheimer (Febraz) e co-fundadora do Instituto Não Me Esqueças, e o médico geriatra Marcos Cabrera, professor de Geriatria na Universidade Estadual de Londrina (UEL). O episódio tem o patrocínio da empresa de biotecnologia Biogen.
Dentre as várias questões abordadas, eles explicaram algumas das diferenças entre o envelhecimento esperado e quando nos deparamos com um caso de demência. “O que chama a atenção, normalmente, é a memória, mas esse não é o único sinal a ser considerado. A demência pode alterar a capacidade de localização, da interpretação, da linguagem. Essa alteração deve vir combinada a uma perda na função, ou seja, a vida fica pior por causa dessas mudanças”, explicou Cabrera.
Para Elaine Mateus, “o diagnóstico é um dos maiores desafios em todos os países”, trazendo as complexidades como o subdiagnóstico, diagnóstico tardio e até diagnósticos errados. No Brasil, segundo ela, de cada 10 pessoas com demência, somente 3 recebem o diagnóstico formal: “O tempo estimado entre a narrativa de sintomas a um profissional de saúde e o diagnóstico leva cerca de um ano e meio”.
No novo episódio do podcast, os especialistas falaram sobre as novas tecnologias que permitirão o diagnóstico mais cedo, a importância da informação para a redução do estigma e o papel de políticas públicas para lidar com a questão do envelhecimento e dos desafios inerentes à mudança do perfil populacional.
Para acompanhar a entrevista completa, ouça a íntegra do episódio do podcast Futuro da Saúde. O programa pode ser ouvido em diversas plataformas como Spotify, Deezer e Google Podcasts.
Referências
1 – Organização das Nações Unidas. Department of Economic and Social Affairs. Leaving No One Behind in an Ageing World – World Social Report 2023. Acesso em janeiro de 2023. Disponível em: https://www.un.org/development/desa/dspd/wp-content/uploads/sites/22/2023/01/2023wsr-fullreport.pdf
2 – Organização das Nações Unidas. Department of Economic and Social Affairs. Population Division. World Population Prospects 2022. Acesso em janeiro de 2023. Disponível em: https://population.un.org/wpp/Graphs/DemographicProfiles/Line/76
3 – The Lancet. Dementia prevention, intervention, and care: 2020 report of the Lancet Commission. Acesso em dezembro de 2022. Disponível em: https://www.thelancet.com/article/S0140-6736(20)30367-6/fulltext