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Alta Judicialização e Custos Operacionais Impactam a Conectividade Aérea em Rondônia


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As companhias aéreas que operam em Rondônia têm enfrentado um cenário preocupante de alta judicialização e crescentes custos operacionais, resultando em cortes significativos nos voos para o estado. Esse cenário tem gerado um impacto significativo na conectividade aérea entre a capital, Porto Velho, e Manaus, prejudicando a mobilidade e o serviço de transporte aéreo tanto para a população local como para turistas que desejam visitar a região Amazônica.

A Azul Linhas Aéreas foi a primeira a tomar uma decisão drástica diante da situação. A empresa registrou uma enxurrada de processos judiciais em Rondônia, contabilizando cerca de 15 mil ações apenas no estado, desde o início do ano passado até junho do ano corrente. Esse número absurdo representa 62% de todos os processos movidos contra companhias aéreas no estado, mesmo com Rondônia abrigando apenas 0,8% da população brasileira. A quantidade de processos é tão desproporcional que, em média, a Azul recebia 133 ações por dia em todo o Brasil no ano anterior, mas atualmente cerca de 30 processos por dia vêm somente de Rondônia.

Essa enxurrada de ações judiciais levou a Azul a tomar medidas drásticas para conter os prejuízos financeiros. A empresa anunciou a suspensão das rotas diretas para Recife e Salvador, além de não retomar o voo para Belo Horizonte que operava antes da pandemia. Dessa forma, a partir de Porto Velho, a Azul fará apenas voos para Rio Branco, Cuiabá e Manaus.

Outra empresa aérea afetada é a Gol Linhas Aéreas, que também enfrenta altos índices de judicialização em Rondônia. Desde o ano anterior até meados de junho deste ano, a Gol foi processada mais de 4,5 mil vezes no estado, sendo 1.829 ações somente no primeiro semestre de 2023. A maioria desses processos está relacionada a cancelamento de voos e atrasos. Diante desse cenário, a Gol decidiu suspender temporariamente os voos diretos entre Porto Velho e Manaus, considerando a alta demanda judicial e os desafios do alto preço do querosene de aviação, que foi impactado pelos acontecimentos na Ucrânia.

O resultado dessas decisões é um drástico declínio na oferta de voos em Rondônia. De acordo com a Gol, a oferta de assentos a passageiros no estado caiu quase 50% desde maio deste ano. Além disso, a redução dos voos diretos entre Porto Velho e Manaus implicará em um desestímulo para a manutenção dos serviços aéreos na região, prejudicando a mobilidade e a conectividade para os passageiros que desejam viajar entre as duas capitais.

A situação requer a atenção das autoridades e das próprias companhias aéreas para encontrar soluções que garantam a continuidade e a qualidade dos serviços de transporte aéreo em Rondônia. A alta judicialização exige uma análise aprofundada dos fatores que têm levado a esse aumento expressivo de processos, visando identificar possíveis melhorias na prestação dos serviços e no relacionamento com os clientes. Além disso, é fundamental que medidas sejam tomadas para controlar os custos operacionais, de forma a viabilizar as operações aéreas na região.

Garantir a conectividade aérea é de extrema importância para o desenvolvimento econômico e social de Rondônia, assim como para atrair turistas e fomentar o turismo na região Amazônica. Somente com um esforço conjunto das autoridades e das empresas do setor aéreo será possível superar esses desafios e assegurar um serviço aéreo de qualidade para todos os passageiros que dependem dessas rotas essenciais.

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