Agronegócios
Agricultores e cooperativas em MS investem em silos para grãos
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Nos últimos dez anos, graças a essas apostas, a capacidade de armazenamento de grãos cresceu 40%, segundo a Federação de Agricultura e Pecuária do estado.
Com a estrutura própria, o produtor pode escolher o melhor momento para a venda.
Para o agricultor Marcos de Souza, o armazém é motivo de orgulho. Ele produz soja e milho em Sidrolândia, região central de Mato Grosso, e precisava de espaço para guardar os grãos, cultivados em 6 mil hectares.
“As áreas (plantadas) aumentaram. Antes a gente deixava o produto estocado em cooperativas, armazéns particulares e isso tinha um acréscimo (de custo) muito grande. Porque tem quebra técnica, tem despesas de armazém, tem cobrança de taxas…”, conta.
Os silos de Marcos, que têm capacidade para guardar 220 mil sacas, custaram R$ 3 milhões.
Menos armazéns públicos
Com o avanço das estruturas privadas, os armazéns públicos estão reduzindo a área de atuação. Em Mato Grosso do Sul, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) tem capacidade para guardar apenas 100 mil toneladas. Só neste ano, a instituição vendeu quatro armazéns no estado e outro ainda deve ser desativado.
“É burocrático a gente continuar competindo com a iniciativa privada porque ela é muito mais eficiente do que o governo”, diz Nilson Azevedo Marques, superintendente da Conab-MS.
O estado tem estrutura para armazenar 9,5 milhões de toneladas de grãos, em 875 unidades. Dessas, 10% estão nas mãos de produtores rurais, 33% são administradas por cooperativas e 57% são de empresas regionais e multinacionais.
Uma cooperativa com sede no Paraná está ampliando a área de atuação no Centro-Oeste. Ela investiu R$ 50 milhões em uma das mais modernas unidades do país, com espaço para estocar 1 milhão de sacas de grãos.
“Tem nos dado um retorno bastante satisfatório e uma participação muito expressiva dos cooperados locais”, afirma Walmir Flávio Ritter, gerente da unidade.
A cooperativa também está construindo um complexo para armazenagem e produção de farelo e óleo de soja. A obra, em Dourados, região Sul do estado, está orçada em R$ 650 milhões.
“As cooperativas existem para levar ao produtor rural a melhor forma para ele comprar seus insumos, armazenar e comercializar a sua produção. E as cooperativas têm crescido de forma preponderante em nosso estado exatamente neste ponto”, observa Celso Ramos Regis, presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras de Mato Grosso do Sul (OCB-MS).
Fonte: G1