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‘Agora está tudo bem’, diz pai de um dos bebês trocados na maternidade em 2017 em MT


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Depois de viver o processo de destroca dos bebês Eduardo e Felipe, atualmente com 2 anos e 7 meses, o pai de um deles, diz que ‘agora está tudo bem’. Os meninos foram trocados, logo após o nascimento, em uma maternidade em Alta Floresta, a 800 km de Cuiabá, em 2017.

Segundo Afonso de Souza Vieira, de 31 anos, a destroca foi bastante dolorosa, porque ele e a esposa, Erivânia da Silva Santos, de 25 anos, eram muito apegados ao menino que levaram para casa quando saíram do hospital.

“Tentamos ter uma convivência mais próxima com a outra família, mas percebemos que era bem difícil para nós e para as crianças. Eles nos reconheciam e víamos que eles ficavam tristes. Então, conversei com a minha esposa e preferimos nos distanciar”, relatou.

Os dois meninos juntos em uma das vezes que se encontraram após o processo de troca — Foto: Afonso Vieira/ arquivo pessoal

Os dois meninos juntos em uma das vezes que se encontraram após o processo de troca — Foto: Afonso Vieira/ arquivo pessoal

Por outro lado, segundo ele, também por amor aos filhos, foi preciso enfrentar todo o processo. “Hoje, conseguimos uma convivência normal com nosso filho biológico. Porém, ainda vemos pouco a outra família”, contou.

Afonso diz que o outro menino também está bem, embora os encontros sejam esporádicos, a criança conseguiu se adaptar à família biológica. ” Entendemos que nos afastar seria importante para que os meninos pudessem se acostumar à nova realidade”, lembrou.

As duas famílias continuam morando em Alta Floresta.

Famílias mantêm contato e bebês crescem próximos, segundo Francielli — Foto: Arquivo pessoal

Famílias mantêm contato e bebês crescem próximos, segundo Francielli — Foto: Arquivo pessoal

Relembrando o caso

A troca de bebês veio à tona depois que Francielli Monteiro Garcia, de 24 anos, desconfiada de que o filho tivesse sido trocado, fez um exame de DNA e descobriu que o bebê que ela levou para casa ao sair do hospital não era filho dela.

Na época em que descobriu a troca, os meninos tinham nove meses.

Ao G1, ela disse que, no momento em que recebeu alta, desconfiou que o filho poderia ter sido trocado, pois o nome apresentado na pulseira do recém-nascido era de outra mulher. Ela disse que, ao perceber, ligou para o hospital.

“Eles me acalmaram, disseram que em hipótese alguma os bebês teriam sido trocados e que, no caso, apenas as pulseiras poderiam ter sido trocadas ou saído duas [pulseiras] com o mesmo nome”, afirmou.

Francielli Garcia postou foto com os bebês e relatou o caso nas redes sociais — Foto: Reprodução/Facebook

Francielli Garcia postou foto com os bebês e relatou o caso nas redes sociais — Foto: Reprodução/Facebook

O hospital ainda teria orientado Francielli a aguardar a outra mãe se manifestar, caso visse o nome dela na pulseira do bebê que lhe foi entregue e estranhasse também.

“Mas ela nunca se manifestou e, por isso, nunca mais fui atrás. Quem vai imaginar ou querer uma situação dessa pra si?”, questionou.

Francielli relatou ter visto o filho biológico na sala de espera de um posto de saúde de Alta Floresta no dia 3 de outubro, no colo da outra jovem, quando esperavam por consultas de rotina dos bebês. Segundo ela, o bebê tinha a mesma fisionomia do marido dela, o que lhe chamou a atenção.

Ambas começaram a conversar e ela descobriu que o nome impresso na pulseira do filho dela, na maternidade, era da outra mãe. A outra jovem também se lembrou de ter visto um nome diferente na pulseira usada pelo filho.

Comemoração do aniversário de 1 ano dos meninos feita após a troca — Foto: Arquivo pessoal

Comemoração do aniversário de 1 ano dos meninos feita após a troca — Foto: Arquivo pessoal

Depois de descoberta a troca, ela fez um desabafo em uma rede social. Além disso, procurou a Defensoria Pública para promover a destroca. O processo correu e a Justiça determinou que os bebês fossem entregues às famílias biológicas.

Dessa forma, ocorreu o processo de destroca que, em princípio, manteve as famílias mais próximas. Inclusive, o aniversário de 1 ano foi comemorado junto. Entretanto, ao perceberem o sofrimento dos meninos ao verem os pais, decidiram se afastar até que a adaptação se concretizasse.

“Talvez hoje, para eles, essa convivência seria mais fácil, mas, nós pais, ainda temos um sentimento muito forte pelo outro menino. Amamos nosso filho, mas não conseguimos esquecer o outro”, desabafou Afonso.

G1

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