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Agora é lei: “lambadão cuiabano” é patrimônio cultural e imaterial de Cuiabá


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Todo cuiabano de raiz já dançou ao ritmo da música: “Ei amigo/ toque uma lambada/ que eu to querendo me esquentar/ vou entrar agora na folia/ só vou pra casa quando o dia clarear/ eu encontrei/ alguém que eu mais queria/ vou entrar na brincadeira / até amanhecer o dia”. Agora esse “hino” e outras manifestações culturais de lambadão são patrimônio cultural e imaterial, devido a Lei N° 23/2017, do vereador Mário Nadaf (PV), aprovada nesta quinta-feira (2), na Câmara Municipal de Cuiabá.

A popularidade desse estilo musical no país ocorreu no ano de 1999, quando a banda de Poconé (103 km de Cuiabá) Estrela Dalva foi no “Programa do Ratinho”, na emissora do SBT, e fizeram uma apresentação destacando toda a “sensualidade pantaneira”. Mesmo após 19 anos, o vídeo no youtube possui 94 mil visualizações.

O vereador e pré-candidato a deputado estadual disse que essa ação tem o objetivo de levar o reconhecimento público dessa tradição popular, assim, como homenagear o ‘Rei do Lambadão’ Chico Gil.

“O Lambadão é típico nas comunidades cuiabanas. Esse estilo musical surgiu com os músicos que tocava o rasqueado mato-grossense nos salões de dança como o ‘Canecão’ na década de 80, eles aceleraram os compassos e depois de várias metamorfoses, resultou o lambadão, que possui a identidade do rasqueado elétrico. O dia a ser comemorado é a data de aniversário de Chico Gil.

O cantor de Poconé, Chico Gil, que na verdade se chama Francisco da Guia Souza, gravou quatro CDs, porém, o último não chegou a ser lançado oficialmente devido a sua morte no ano 2000, em um acidente de carro. Antes de ser famoso foi pedreiro, carpinteiro, garimpeiro e nunca estudou música nem técnica vocal. Mesmo após anos do seu falecimento, as suas canções são populares quando se trata desse estilo musical.

O pré-candidato ressalta que essa lei segue os princípios da Convenção da Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial adotada pela UNESCO em 2003. “O lambadão de Cuiabá abrange as expressões culturais e as tradições de uma geração de ancestralidade. Faz parte da identidade cultural mato-grossense, tão quantos outros ritmos, como o rasqueado, o siriri e o cururu”, declara Nadaf.

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