Agevisa em parceria realiza curso de massas e pizzas com foco na superação de acometidos de hanseníase

A Agência Estadual de Vigilância em Saúde – Agevisa, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial – Senac e a paróquia Nossa Senhora do Amparo se uniram para realizar um curso de massas destinado a pessoas acometidas pela hanseníase. O curso com duração de 20 horas começou na segunda-feira (11), e tem a duração de 20 horas. As aulas práticas e teóricas acontecem na cozinha industrial da paróquia, na Avenida Amazonas, Bairro Agenor de Carvalho, em Porto Velho, Rondônia. Participam do projeto pessoas em tratamento da doença e a comunidade da paróquia.

O diretor-geral da Agevisa, Gilvander Gregório de Lima entende que, a parceria do Governo do Estado com as entidades é importante para inclusão social. Para ele, o objetivo da vigilância em saúde é “oportunizar as pessoas que são assistidas pelos grupos de cuidado em hanseníase a ressocialização, estimulando a permanência no tratamento e a reintegração no mercado de trabalho, longe do estigma e preconceito vinculado à doença. O Governo Estadual tem se preocupado em acompanhar este trabalho realizado, em parceria também, com a saúde municipal”.

CURSO

O curso tem perfil empreendedor, garante a técnica da gastronomia moderna, mas segundo o professor, chef Jadson Félix, a presença das pessoas acometidas pela hanseníase que buscam superar suas dificuldades, torna o ambiente mais especial. O programa do Senac é uma forma de oferecer às pessoas habilidades e competências que as coloquem de volta ao mercado.

“O produto do curso é de fácil integração ao comércio e tem uma característica a qual podemos fazer uma analogia com a situação dos alunos em tratamento médico. Assim como a massa pode ser transformada em uma coisa bela: um pão, uma focaccia, uma pizza; assim é o aluno que precisa superar um estágio de sua vida: usando a gastronomia para superar uma situação que era um impedimento para viver bem, em algo que vai possibilitar abrir novas portas para o mercado de trabalho, vai ser benéfico, possibilita a transformação das pessoas  em profissionais!”.

O aluno do curso e ex-pedreiro, Anderson da Silva Desmoni, aos 40 anos descobriu a hanseníase, iniciou o tratamento, mas lhe foi necessário abandonar o trabalho em obras. Ele teve dificuldades porque o sol e o trabalho pesado lhe geravam dores, ficou sensível ao serviço. “A hanseníase ataca muito os nervos da gente e eu comecei a sentir dificuldade para trabalhar em construções e reformas, senti muita fraqueza. Com o curso de gastronomia tenho outras expectativas. O conhecimento culinário vai me ajudar a entrar no mercado de trabalho com um certificado e um serviço mais prático, assim a doença vai ficando no passado”, finalizou.