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Afasia: Causas e tratamentos da perda de linguagem


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Afasia é a perda da fala e/ou da linguagem gerada por algum acometimento cerebral, que pode ser tanto uma doença progressiva, como Alzheimer, quanto um traumatismo decorrente de acidente.

O problema afeta a fala de diferentes maneiras e muitas vezes é desafiador para amigos e familiares, mas principalmente para o paciente, uma vez que torna mais difícil se comunicar e ser compreendido. O tratamento é predominantemente feito com a fonoaudiologia.

O que é

De acordo com o neurologista Fabiano Moulin, especialista em neurologia da cognição e do comportamento, afasia é o prejuízo da linguagem causado por alteração cerebral, que pode ser de diferentes tipos.

Tipos

Existem seis tipos de afasia, a depender do aspecto da linguagem afetado:

  • Afasia motora: afeta a capacidade de falar e “produzir” palavras, mas há compreensão;
  • Afasia sensitiva: afeta a compreensão das palavras;
  • Afasia de condução: afeta a capacidade repetir;
  • Anomia: afeta a capacidade de nomear;
  • Alexia: afeta a capacidade de ler;
  • Disgrafia: afeta a capacidade de escrever.

Observar quais dessas manifestações o paciente apresenta ajuda a identificar a área cerebral que foi acometida e, então, indicar quais exames e tratamentos devem ser feitos.

Causas

A afasia é causada por diferentes alterações no cérebro, entre elas:

  • Traumas, como um acidente de carro,
  • Acidente Vascular Cerebral (AVC)
  • Encefalite (inflamação cerebral decorrente de infecções)
  • Quadros degenerativos, como Alzheimer e Afasia Primária Progressiva (APP)

Fatores de risco

O risco de ter afasia está ligado à chance de ter acometimentos como Acidente Vascular Cerebral ou Alzheimer, já que eles são a causa da perda de linguagem. Entre os fatores de risco, portanto, estão sedentarismo, má alimentação e falta de estímulo cognitivo.

Sinais e sintomas de afasia

As pessoas com afasia podem apresentar dificuldade para ler, escrever, ouvir e falar. Esses bloqueios podem se manifestar juntando palavras de maneira que não faz sentido ou pronunciando-as de forma errada, por exemplo.

Diagnóstico

Chapa de exame de ressonância magnética no cérebro.
sfam_photo/Shutterstock

O diagnóstico começa com conversa entre médico e paciente para identificação do tipo de afasia. Isso envolve uma bateria de testes para determinar como estão as seis funções da linguagem. Para exemplificar: o médico pede para o paciente repetir o maior número de palavras com determinada letra, desenhar um objeto, ler um texto, entre outras avaliações.

A partir das respostas e resultados obtidos, o especialista presume o lugar do cérebro em que ocorreu a alteração e verifica posteriormente com ressonância magnética ou tomografia computadorizada.

Há ainda exames que avaliar a capacidade de fala, compreensão e escrita do paciente ao mesmo tempo em que observam a atividade cerebral – é o caso da cintilografia e do PET cerebral.

Além do médico, o fonoaudiólogo e o neuropsicólogo participam do diagnóstico.

Qual médico procurar e o que perguntar para ele?

Paciente e familiares devem buscar um neurologista e, se possível, levar anotações sobre alterações que perceberam na linguagem. Vale contar, por exemplo, se a dificuldade está em produzir a fala ou se fazer entender.

Ainda é indicado perguntar se há alternativas para facilitar a comunicação em casa e maneiras de estimular o paciente e, dessa forma, acelerar a cura ou desacelerar a progressão da doença.

Tem cura?

A Afasia Primária Progressiva e a afasia causada pela doença de Alzheimer não tem cura, mas em casos de AVC e trauma, por exemplo, é possível que o paciente recupere completamente a capacidade de fala.

Prognóstico

Não há como prever com exatidão como será a recuperação do indivíduo, pois cada paciente tem evolução diferente, a depender de suas características próprias e da lesão ocorrida.

Nos casos de afasia progressiva, bons hábitos ajudam a desacelerar a perda da fala, entre eles praticar atividade física, cuidar do sono, alimentar-se bem e cuidar da saúde vascular.

Tratamentos para afasia

Fonoaudiologia

O tratamento da afasia é predominantemente realizado por um fonoaudiólogo, visto que envolve processo de reabilitação para recuperar habilidades perdidas, bem como métodos de compensação, utilizando capacidades de áreas cerebrais intactas para contornar a dificuldade.

É impossível prever de maneira generalista qual será o resultado, mas para lesões agudas causadas por AVC ou traumatismo, por exemplo, espera-se que o paciente se recupere, enquanto para casos de doenças progressivas, o foco passa a ser desacelerar a perda de habilidades.

O fonoaudiólogo poderá passar exercícios para serem realizados nos intervalos das sessões.

Controle da causa e prevenção de complicações

A depender da causa, podem ser tomadas diferentes medidas de tratamento.

Nos traumatismos, deve-se evitar complicações comuns, como crises convulsivas, por exemplo. No AVC, é importante prevenir novos eventos vasculares. Também é indispensável que se trate as lesões cerebrais agudas, quando for o caso, e a doença de base nos casos progressivos, como Alzheimer.

Além disso, é fundamental trabalhar conjuntamente com psicólogo, terapeuta ocupacional e outros profissionais que possam auxiliar nas diversas consequências de afasia.

Estimulação cerebral não-invasiva

Não existe tratamento medicamentoso para a afasia relacionada ao Alzheimer, mas há uma nova abordagem, chamada estimulação cerebral não-invasiva, que, junto com a fonoaudiologia, parece ter resultado positivo, apesar de ainda não ser um tratamento bem estabelecido.

Prevenção

É possível prevenir a afasia ligada a doenças progressivas adotando medidas para ter mais conexões cerebrais, ou seja, gerando uma reserva suficiente para não haver defasagem perante perdas.

Para isso, vale apostar em mudança de estilo de vida, o que inclui a prática de atividade física e o estímulo cognitivo, com estudo, por exemplo, além de boa alimentação e controle do sono.

Fonte

Neurologista Fabiano Moulin, da UNIFESP/EPM, especialista em neurologia da cognição e do comportamento e membro titular da Academia Brasileira de Neurologia (ABN) – CRM 135.971/SP

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