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Advogada que foi presa e algemada comenta episódio: ‘Não sei de quem foi a ordem’
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Fátima Bernardes recebeu a advogada Valéria dos Santos, que foi presa e algemada por policiais militares dentro de uma sala de audiência no Rio de Janeiro, no palco do Encontro desta sexta-feira, 14/9. A convidada relembrou o episódio ocorrido após uma discussão com uma juíza leiga [advogado que auxilia o juiz togado]. Na ocasião, Valéria defendia uma cliente em um processo contra uma empresa de telefonia e queria ter acesso à contestação do caso:
“Não sei de quem foi a ordem de prisão. Só sei que ela foi cumprida”.
“Quero deixar bem claro que não fui agressiva em nenhum momento”.
Segundo a Ordem dos Advogados do Brasil, Valéria estava absolutamente correta e o ato foi uma violação grave. Por isso, a entidade vai entrar com um pedido de punição máxima para a juíza e os policiais. A juiza leiga não se manifestou. Em nota, o Tribunal de Justiça do Rio disse que só vai se pronunciar após encerrar a apuração do caso. A Polícia Militar informou, em nota, que os agentes foram acionados para retirar a doutora Valéria da sala de audiência por determinação da juíza de plantão.
OAB se manifesta sobre o caso de Valéria dos Santos
A atriz Aline Dias lamentou o episódio, revelou já ter sido vítima de preconceito e afirmou:
“A gente não quer o lugar de vítima. Ela estudou, só ela sabe o que passou para chegar onde chegou. Para que ela quer ser vítima agora?”.
“Muita gente diz que é mimimi. Não é isso. A gente quer respeito e igualdade”.
Negra Li também deu seu depoimento sobre o tema:
“Já me senti subestimada. Tem pessoas que não sabem que são racistas”.
“O que estraga é que as pessoas não acreditam que existe racismo”.