Acre-Trabalhadores da Educação fazem ato em frente à PGE após Justiça mandar suspender greve – Jornal O NORTÃO
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Acre-Trabalhadores da Educação fazem ato em frente à PGE após Justiça mandar suspender greve


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Mesmo com a decisão da Justiça do Acre que aceitou uma tutela de urgência da Procuradoria-Geral do Estado e mandou suspender a greve, os trabalhadores da rede pública da Educação Estadual fizeram um ato em frente à PGE nesta terça-feira (25).

Os servidores estão em greve desde o último dia 13 pela reformulação do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração (PCCR) com o reajuste no piso salarial e vacinação dos profissionais da Educação contra a Covid-19. O grupo se reuniu com faixas em frente à PGE em protesto.

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac), Rosana Nascimento, disse que a categoria vai recorrer da decisão da Justiça de suspender a greve e que a paralisação continua.

“Quero dizer aos trabalhadores e à população que nossa greve não está ilegal, o que está ocorrendo é uma decisão política do governador do estado. Não existe nenhum argumento legal que foi feito para dar a suspensão da greve. A greve continua, os trabalhadores continuarão se movimentando, pressionando o governo. Estamos recorrendo no dia de hoje com agravo e vamos buscar ter uma reunião com a comissão de desembargadores que tem no Tribunal de Justiça. Eles precisam também ouvir os trabalhadores”, disse Rosana.

G1 entrou em contato coma porta-voz do governo, Mirla Miranda, para saber se iria se manifestar sobre o movimento, mas não obteve resposta até última atualização desta reportagem.

Categoria diz que vai recorrer da decisão da Justiça e que greve continua — Foto: Eldérico Silva/Rede Amazônica

Categoria diz que vai recorrer da decisão da Justiça e que greve continua — Foto: Eldérico Silva/Rede Amazônica

Multa diária de R$ 10 mil

Na decisão em que acatou uma tutela de urgência da PGE-AC e mandou suspender a greve dos trabalhadores da Educação, a Justiça do Acre determinou ainda que o Sinteac deve pagar multa diária de R$ 10 mil.

O desembargador Júnior Alberto determinou ainda que seja cobrada multa cominatória de R$ 10 mil para a presidente do sindicato, Rosana Nascimento.

“Há aqui um conflito entre o direito de greve e o direito à educação, previstos em sede constitucional, cabendo a este relator, fazer um juízo de proporcionalidade entre os direitos em conflitos, ou seja, entre a decisão tomada pelo sindicato de fazer a greve e o direito à educação das crianças e dos adolescentes. Não me parece proporcional afastar o direito à educação de crianças e adolescentes em razão do direito de greve (…)”, diz parte da decisão.

Tutela de urgência

Na tutela, a PGE afirma que a paralisação dos servidores ‘comprometerá absolutamente a execução do ano letivo de 2021 em momento extremamente sensível e sem precedentes, comprometendo a obrigatória prestação de serviço de educação estatal em todo o Estado, aliado ao fato de que as demandas reivindicadas pelos trabalhadores através dos sindicatos revelam-se absolutamente impossível de serem cumpridas, em razão de vedação expressa de lei’

O Estado alegou também que já atingiu o limite prudente de gastos com servidores. Outra alegação destacada é de que a Lei Complementar Federal 178/20 Pacto Covid-19 impede de ‘conceder reajustes salariais a seus servidores como reformular a PCCR.

Outro impedimento para liberar o reajuste o Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus, estabelecido pela Lei Complementar nº 173 de março de 2020, que também veda a concessão de títulos, vantagens e aumentos.

“Ressalto o enfrentamento da pior crise sanitária de sua história, consciente na pandemia da Covid-19, e que mesmo assim nunca encerraria qualquer debate a respeito dos pleitos dos servidores grevistas”, destaca a decisão.

Servidores se reuniram, na noite de terça-feira (19), em frente ao Palácio Rio Branco em vigília  — Foto: Rosana Nascimento/Arquivo pessoal

Servidores se reuniram, na noite de terça-feira (19), em frente ao Palácio Rio Branco em vigília — Foto: Rosana Nascimento/Arquivo pessoal

Greve

A categoria está em greve desde o último dia 13 pela reformulação do PCCR e o reajuste no piso salarial. Na noite do dia 19 deste mês eles se reuniram em frente ao Palácio Rio Branco para uma vigília em homenagem aos servidores vítimas da Covid-19. Com a paralisação dos trabalhadores, o ano letivo 2021 ainda não iniciou na maioria das escolas públicas do estado.

A previsão era de que as aulas começassem no último dia 10 para cerca de 148 mil alunos de forma remota, mas, de acordo com o Sinteac, 90% das escolas aderiram ao movimento.

No primeiro dia de greve, um grupo de trabalhadores se reuniu em frente do Palácio Rio Branco com um adesivaço para reforçar o ato. Já no dia 14, devido à pandemia no novo coronavírus, eles fizeram mobilização on-line com live em Rio Branco e uma carreata no interior.

Em Cruzeiro do Sul, os professores se reuniram e percorreram algumas ruas da cidade ainda no dia 14. A carreata começou na Ponte da União, e encerrou em frente ao Núcleo de Educação da cidade, onde o grupo fez uma breve fala e encerrou o movimento.

Na quinta (20), os servidores apresentaram à secretária da pasta, Socorro Neri, as reclamações sobre as condições de trabalho dos servidores do estado. “Fomos em uma reunião com a secretária para tratar das condições de trabalho, fomos relatar as condições que temos de escravidão e como a secretaria trata os trabalhadores e eles vão olhar”, disse Rosana.

No dia seguinte, na sexta (21), o grupo fez um panelaço em frente à PGE para pedir celeridade na emissão do parecer da proposta apresentada pelo governador Gladson Cameli à categoria.

Diálogo e responsabilidade fiscal

O governo informou que a secretária de Educação, Socorro Neri, desde que assumiu a pasta, está mantendo o diálogo permanente e disse que o estado tem a preocupação de cumprir com a legalidade das suas decisões.

Ressaltou ainda algumas dificuldades devido às vedações, como a lei 173/2020 que define auxílio emergencial para estados e municípios durante o período de pandemia e proíbe o aumento na folha de pagamento até dezembro de 2021, além de ter que respeitar o teto de gastos do estado e respeitar a lei de responsabilidade fiscal.

Além disso, o governo reforçou que durante reunião os representantes das categorias, no dia 12, a categoria apresentou suas principais reivindicações e o governo trabalha para atender os pedidos, dando apoio aos profissionais para garantir melhores condições de trabalho.

G1.globo.com

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